Depois de termos vivido um dia de luto, de silêncio e de oração chega-se a hora de entoar o cântico festivo do glória e cantar três vezes solenes os Aleluias da Ressurreição. Na noite santa, iniciada a celebração com a penumbra da escuridão, para que a luz do fogo novo, o Senhor Jesus que ressuscita, ilumine a Igreja, templo e comunidade de batizados, nos coloca na celebração não de um acontecimento passado, mas para realizarmos a travessia, com Cristo Ressuscitado.
No Sábado da Vigília Pascal, os batizados, com Cristo, atravessamos o mar do pecado e da morte para uma nova vida em Cristo.
Essa travessia nós a fazemos com fé, amor e gratidão a Deus, que não nos deixou escravizados no Egito do pecado e da morte, mas que nos resgatou pela paixão, morte e ressurreição de seu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor.
Nesta noite santa, em que o Redentor passou da morte à vida, a Igreja convida os seus filhos dispersos por toda a terra a se reunirem em vigília e oração. Com a benção do fogo novo, a Páscoa ascende em cada um de nós o desejo do céu, aonde deveremos chegar purificados à festa da luz eterna.
A Ressurreição de Cristo é o centro da nossa fé. Jesus morreu e ressuscitou e está presente no meio de nós.
Na noite santa da Vigília pascal Jesus rompe o inferno, liberta o pecador de seu pecado para uma vida nova em Deus.
Não sejamos incrédulos como as mulheres que perguntaram quem poderia ter rolado a pedra do sepulcro. Jesus ao ressuscitar dos mortos nos libertou do pecado original e nos libertou da pedra da morte eterna.
A Ressurreição de Cristo não é um acontecimento passado. Nesta noite santa, a maior de todas as noites da vida cristã, ouvimos mais uma vez o Exultet, que resume a nossa fé na Ressurreição.
Cristo ressuscitou e retirou de nossas vidas a pedra que nos impedia de viver. Cristo ressuscitou para que, agora, vivamos uma vida nova e plena.
Cristo ressuscitou para que sua luz pascal brilhe em nossas vidas e resplandeçamos sua luz diante do mundo.
O Papa São João Paulo II assim resumiu a solenidade que celebramos jubilosos: “Empunhando nas mãos a chama da Palavra de Deus, a Igreja, ao celebrar a Vigília Pascal, de certa forma detém-se no último limiar. Detém-se em grande expectativa, ao longo desta noite inteira. Ao pé do sepulcro, aguardamos pelo acontecimento, sucedido há dois mil anos. As primeiras testemunhas daquele fato extraordinário foram as mulheres de Jerusalém: elas chegaram ao lugar onde Jesus fora sepultado na Sexta-feira Santa, e encontraram o túmulo vazio. Uma voz as surpreendeu: «Procurais Jesus de Nazaré, o crucificado! Ressuscitou, não está aqui. Ali está o lugar onde O haviam depositado. Ide, pois, dizer aos seus discípulos e a Pedro: Ele vai à vossa frente para a Galileia. Lá O vereis, como vo-lo tinha dito» (Mc 16,6-7). Ninguém viu com os seus próprios olhos a ressurreição de Cristo. As mulheres, chegadas ao sepulcro, foram as primeiras a constatar o facto já realizado. Reunida durante a Vigília Pascal, a Igreja ouve de novo, em silenciosa expectativa, este testemunho, exteriorizando depois a sua grande alegria. Ouvímo-la anunciar há pouco pela boca do diácono: «Annuntio vobis gaudium magnum…», «Anuncio-vos uma grande alegria, Aleluia!». Abramos o nosso coração para acolher este anúncio, participemos juntos da grande alegria da Igreja. Cristo ressuscitou verdadeiramente! Aleluia! (https://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/homilies/1997/documents/hf_jp-ii_hom_29031997.html, último acesso em 25 de março de 2018).
Aproveitemos a Vigília Pascal para renovar as nossas promessas batismais, nosso compromisso com a evangelização, à iniciar-se pelas nossas famílias e pelo nosso trabalho, neste mundo secularizado, em que o profano ocupa o lugar do divino, e que sejamos testemunhas credíveis do Evangelho da Vida.
Ao celebrarmos ao Vigília Pascal possamos rezar, com fé, “Ó Deus, derramai em nós o vosso espírito de caridade, para que saciados pelos sacramentos pascais, permaneçamos unidos no vosso amor!”.
Feliz Páscoa e que a alegria pascal a todos nos ilumine!