Neste fim de semana, Paris estava em festa com as cerimônias de reabertura e a Missa na Catedral de Notre-Dame.
Após um intenso programa de restauração que durou cinco anos, a maior parte dos andaimes foi removida, as barreiras desapareceram e a bela estrutura gótica reabriu suas portas para o mundo, após o incêndio que a danificou em 2019.
Embora houvesse muito a ser vivido nos eventos deste fim de semana, aqui estão alguns dos destaques que mais nos marcaram.
1 O toque do ‘Emmanuel’ para todos ouvirem
Para marcar a reabertura da catedral após cinco anos de trabalho incansável de milhares de operários, clérigos e fiéis, o belo sino Emmanuel – um nome muito apropriado para este tempo de Advento – soou para que todos ouvissem. Outros sinos de Paris também se uniram, criando uma cacofonia de júbilo para esta ocasião gloriosa.
2 A entrada simbólica na Catedral
Com tanta expectativa pela cerimônia de reabertura, o evento começou com uma entrada muito dramática. O Arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, bateu três vezes nas enormes portas da catedral com um bastão de madeira feito a partir de uma viga do telhado que havia sido salva do incêndio ocorrido cinco anos atrás.
Enquanto batia, ele proclamou: “Notre-Dame, modelo de fé, abra suas portas para reunir os filhos distantes de Deus com alegria.”
Com este comando, as portas começaram a se abrir, e as cores, os sons e a alegria foram um banquete para os olhos.
3 Música para Nossa Senhora
Enquanto o arcebispo Ulrich realizava o ritual das batidas na porta, uma emocionante versão dos Cânticos das Subidas, dos Salmos 120 a 134, podia ser ouvida. A “Canção do Peregrino” está enraizada na peregrinação judaica ao Templo de Jerusalém.
A partir daí, os corais impressionaram com um repertório que homenageava Nossa Senhora, incluindo o ressonante moteto Totus Tuus (‘Todo Teu’, em latim), composto em 1987 por Henryk Górecki durante a visita do Papa João Paulo II à sua terra natal. ‘Totus Tuus’ era o lema de João Paulo II e é uma celebração especial da Virgem Maria.
Também houve o impressionante ritual de “despertar do órgão”, no qual o Arcebispo se dirigiu ao órgão oito vezes, dizendo: “Desperta, órgão, instrumento sagrado, canta os louvores de Deus.” Após cada invocação, o órgão respondia improvisadamente. Este instrumento sobreviveu notavelmente ao incêndio, embora tenha sido necessário um trabalho significativo para restaurá-lo à sua glória.
Outros hinos foram escolhidos com Maria no coração, como “Ave Maris Stella” de Claudio Monteverdi e “Sancta Maria” de Girolamo Francescobaldi.
4 A procissão das bandeiras
Durante a reabertura, houve uma procissão verdadeiramente impressionante de 113 bandeiras representando diversas paróquias de Paris. As bandeiras seguiram pelo corredor, sendo carregadas por padres e diáconos vestidos com as vestes criadas pelo renomado designer francês Jean-Charles de Castelbajac.
As bandeiras representavam a intensa alegria e honra sentida pelos fiéis, e era possível ver que cada uma tinha um design único. Algumas apresentavam imagens de Nossa Senhora, outras de santos, ou símbolos católicos, como o báculo de um bispo
5 Um grande “merci”
Um dos momentos mais emocionantes da noite foi a ovação de pé dada aos bombeiros que ajudaram a salvar a catedral. Em uma batalha incansável para salvar o edifício e as preciosas relíquias dentro dele, esses homens e mulheres arriscaram suas vidas para que Nossa Senhora de Notre-Dame pudesse continuar a vigiar Paris e além.
Enquanto os bombeiros caminhavam pelo corredor, o aplauso foi estrondoso, acompanhado pela projeção de um enorme “merci” – obrigado – na fachada da catedral gótica.
6 Um altar consagrado
Um dos momentos chave da primeira Missa, celebrada no domingo dia 8 de dezembro, foi a consagração do altar. Esse momento envolveu vários ritos que quase tornaram o evento em si.
Primeiro, houve a colocação das relíquias: Elas foram selecionadas a partir de cinco santos estreitamente ligados à Igreja de Paris, cujas relíquias foram seladas dentro do altar: Santa Marie-Eugénie de Jésus, Santa Madeleine-Sophie Barat, Santa Catarina Labouré, São Charles de Foucauld e Beato Vladimir Ghika.
Seguiu-se a oração de dedicação e a unção do altar com o crisma – o rito mais importante na consagração do altar. Finalmente, houve a oferta de incenso, seguida da ornamentação e iluminação do altar.
7 A mensagem reconfortante do Papa Francisco
Na véspera da reabertura, houve algumas preocupações sobre uma possível taxa de entrada para a recém-restaurada catedral. No entanto, em sua mensagem ao povo, compartilhada pelo Núncio Apostólico, Arcebispo Celestino Migliore, o Papa fez um apelo para que a catedral oferecesse uma “acolhida generosa e gratuita” para as “grandes multidões” que passariam por suas portas.
8 Enfrentando a tempestade
Como a equipe francesa da Aleteia relatou, 4.000 fiéis se reuniram em frente à catedral, enfrentando condições climáticas horríveis, para participar dessa histórica reabertura no sábado à noite. Enquanto o vento castigava e a chuva caía, eles permaneceram ali, no frio, mas aquecidos pelo calor do evento.
9 Um mundo unido pela fé
Embora a reabertura de Notre-Dame tenha sido um momento significativo para os católicos na França e no mundo, ela também criou um momento onde tanto os fiéis quanto os não-fiéis estavam unidos em maravilha, curiosidade, gratidão e esperança.
Enquanto líderes mundiais se reuniam na própria catedral, milhões de pessoas se conectaram para assistir ao evento emocionante que, sem dúvida, tocou os corações de muitos.