Com o objetivo de identificar caminhos para a evangelização, especialmente dos povos indígenas, o papa Francisco anunciou em outubro a convocação de uma Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônica. O anúncio foi recebido pelo Brasil com grande entusiasmo, uma vez que no território existem diversas dioceses amazônicas e que, desde 2014, contam com o apoio da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam).
Formada pela convergência dos nove países – Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa – que formam a Pan-Amazônica, uma região com 7,8 milhões de quilômetros quadrados onde vivem 33 milhões de habitantes, incluindo 1,5 milhão de indígenas, a Repam é uma rede tecida com a participação ativa e corresponsável em defesa da vida na Amazônia.
Ela se propõe a escutar, acompanhar, animar, formar e unir forças para responder aos grandes desafios socioambientais. É um organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que aposta no protagonismo dos povos amazônicos na defesa e no cuidado da casa comum através de um serviço de interconexão e articulação das ações.
“Estamos convocados a construir e fortalecer uma grande rede em defesa da vida dos povos e bioma amazônico, e a resistir a lógica do lucro que destrói a nossa casa comum, a Amazônia, o planeta Terra”.
Atualmente a rede tem como presidente o arcebispo emérito de São Paulo, cardeal Cláudio Hummes, que juntamente com outros bispos da Pan-Amazônica, sempre mediu esforços para que o papa Francisco acolhesse a sugestão de se realizar um Sínodo que estivesse voltado para a realidade amazônica.
Em entrevista à Rádio Vaticano, especialmente quando soube do anúncio feito pelo pontífice, o cardeal agradeceu a Deus e parabenizou todos os bispos da Pan-Amazônia que segundo ele “fizeram realmente uma força muito grande” para que o papa chegasse a esta decisão do Sínodo que “será, portanto, de importância universal”.
Com o Sínodo de 2019, a criação da Repam se coloca mais uma vez como um incentivo e relançamento da obra da Igreja na Amazônia, “identificando novos caminhos para a evangelização dessa porção do Povo de Deus”, como afirmou o papa Francisco.
Fonte: CNBB