Mês da Bíblia. Não pode afirmar que ame a Deus, quem não ouvir, estudar e viver sua Palavra. Também, não valoriza o evangelho, quem não o traduz, em obras: em atitudes.
Porque, há tanta inveja, discórdia, e atentados ao pudor, à honra? Tanta fake news? Quanta fome no mundo, revolta, assassinatos, feminicídios, drogas e vícios! Está claro: porque não alimentamos nossa inteligência com a palavra de Deus, nossa vontade com o bem, nem tão pouco, o coração com o amor. A vida dos justos, dos verdadeiros cristãos, tem um preço: saber amar a todos, respeitando-os, indo ao seu encontro, como o fez Jesus. Por isso mesmo, Ele foi para a Cruz cf(primeira e segunda leituras).
A vida cristã tem um custo: seguir Jesus Cristo sempre, carregando a cruz e edificando o Reino de Nós, como os apóstolos, os doutores da lei de outrora e os fariseus, gostaríamos, certamente, de um Messias vencedor, triunfante, como Davi, ou famoso como Salomão. Por isso, Jesus decepcionou os seus, no momento em que começou a falar, que Ele deveria sofrer muito, ser crucificado e morto. Os discípulos podiam esperar tudo, menos isso. Não por nada, que diversos deles O abandonaram. E hoje? Não continuam a fazê-lo?
A Palavra de Deus quer formar cristãos, ou seja, discípulos de Jesus Cristo. Como, Ele o fazia. Não enganou a ninguém. Foi claro. Entregou sua vida pelo reino do Pai. Hoje, faltam evangelizadores, testemunhas e pastores, que deem a vida pelos irmãos e irmãs. Igreja que não tem mártires, não é mais a de Cristo, ou seja, a do Mestre. É traidora. Vendeu-se. Precisa, urgentemente, de conversão. Não é porventura, muitas vezes, nosso caso?
Enquanto Jesus falava do seu sofrimento, da Cruz e da morte, os discípulos discutiam para constatar quem deles, seria o maior. Que vergonha: não davam a devida atenção ao drama de Infelizmente não é, também, tantas vezes nossa realidade, hoje? Discípulos houve, que desejavam, estar à direita, outros à esquerda do Mestre no Reino dos céus. No entanto, a questão é segui-lo, como discípulos na sociedade pós moderna, e não buscar os primeiros lugares. Quando os outros ouviram isso, se revoltaram contra os dois. Jesus aproveitou o momento, para deixar claro, que os maiores no Seu Reino, seriam os pequenos, os que soubessem servir, indo ao encontro dos sofredores, dos marginalizados.
Mês da bíblia: O antigo testamento nasceu junto ao povo da antiga aliança; o novo, veio à luz com os apóstolos. Estes ouviram Jesus, meditaram sua palavra: viveram-na cf(1Jo1,1-3). Paulo e Lucas não foram do grupo dos doze. Mas ambos viveram, com suas comunidades. A palavra de Jesus, para então escrevê-la. Ele (Cristo) de fato, mandou evangelizar, fazer discípulos e discípulas, e não escrever livros. Contudo inspirados, depois pelo Espirito Santo, compreenderam que deveriam ir pelo mundo inteiro, evangelizando e deixar a palavra de Deus, por escrito, para manter a fidelidade, à revelação até o fim. Nem tudo foi escrito cf(Jo20,30-31;21,25). Muito foi conservado pela tradição. Os apóstolos não tinham gravador, celular, nem memória de computador: aconselho comparar o Pai-nosso de (Mt6,9,13) com o de (Lc11,2-4), as bem-aventuranças de (Mt5,3-12) com as de (Lc6,20-26). Repito: Jesus não mandou escrever livros, mas formou discípulos e discípulas: a Assistidos, porém pelo Espírito Santo e a mando Dele, os hagiógrafos escreveram. Hoje, devemos transmitir integralmente estas palavras, para continuarmos a fazer discípulos e não apenas exegetas ou hermeneutas. Nada contra eles. São importantes.
+Carmo João Rhoden, Scj Bispo Emérito de Taubaté-SP Presidente da Pró Saúde.