Padre Samir Yousef, pároco na cidade de Erbil, localizada na região do Curdistão iraquiano, lugar no qual habitam milhões de refugiados que fugiram da violência do Estado Islâmico, afirmou que a recente inauguração de uma universidade católica encoraja a esperança e dará um futuro para os cristãos perseguidos.
a catholic university has been opened in Hewler in south Kurdistan. read more there https://t.co/0cnK6mLl3M pic.twitter.com/hxEXIY5uQ5
— Cahit Storm (@cahitstorm) 10 dezembro 2015
Assim o indicou o sacerdote em diálogo com a Rádio Vaticano depois da inauguração, no dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, de uma universidade católica que foi construída com a colaboração da Conferência Episcopal Italiana (CEI) e da Universidade Saint-Esprit de Kalisk dos maronitas libaneses.
O sacerdote explicou que “começar a construção desta universidade foi um sinal de esperança. Antes de mais nada, para dar trabalho aos cristãos e não cristãos, logo para que estudem em um espaço comum de convivência, em nível cultural. Isto é algo muito grande”.
Com cerca de três milhões de refugiados, Pe. Yousef explicou que todas as universidades do Cursdistão iraquiano, região independente do Iraque, estavam repletas.
“Temos escolas que fazem quatro turnos. Muitos diziam que era inútil estudar, pois não havia suficientes universidades para ajudá-los a terminar seus estudos. Não havia lugar. A abertura desta universidade significa dar futuro”.
Em seguida, o sacerdote disse que ante a situação complicada e de temor que o mundo vive, “existe esta vontade de seguir em frente, de estudar (…) Por isso, não devemos nos fechar, pois a vida continua”.
Ano da Misericórdia
Há alguns dias, Pe. Yousef abriu a Porta Santa da Catedral de Erbil acompanhado pelo Secretário Geral da CEI, Dom Nunzio Galantino.
“Abrir esta porta significa abrir um novo caminho (…) Vir aqui e abrir esta porta significa que Jesus vai entrar em nossas vidas, em nossos corações, em nossas igrejas e paróquias, ali onde sempre há luz e também nas zonas que foram esquecidas”.
A respeito da experiência da misericórdia dos cristãos, entre eles existem famílias “que viram os seus filhos serem assassinados, a misericórdia não quer dizer fazer como os outros. Não esquecemos o que fizeram conosco, nem podemos falar acerca deste tema sem problemas, (a misericórdia ajuda para que) evitemos o ódio em nós”.
“Podemos perdoar no sentido de abrir uma página nova, rezamos por eles”, ressaltou o sacerdote.
Pe. Samir contou uma interessante experiência de arrependimento de alguns muçulmanos em uma região próxima. Eles lhe disseram: “Padre, estamos envergonhados pois os tiramos das suas casas e suas coisas, porque lhes fizemos mal”.
“Vocês (cristãos), ao invés disso, nos acolheram, nos ajudaram. Agora compreendemos o que quer dizer o amor no Evangelho”.
Fonte: Acidigital