Recebei o Espírito Santo

    A solenidade de Pentecostes encerra o Tempo da Páscoa.
    Inaugura-se na história da humanidade um novo tempo, o Tempo do Espírito, ou o Tempo da Igreja. Trata-se de um espaço aberto para o testemunho dos discípulos: “permanecei em Jerusalém até receberdes a força do alto, o Espírito Santo, na Judeia, na Samaria, até os confins da terra”.
    O numeral ordinal “pentecostes” designa o último dia de uma série de cinquenta dias. O pentecostes não coincide com a festa judia de Pentecostes. A festa judia passou por uma evolução: de uma festa agrícola, ela passou, no período pos-exílico, a ser uma festa comemorativa da Aliança no Sinai.
    Todo o relato da descida do Espírito Santo em At 2, 1-11 possui os elementos da teofania do Sinai: barulho ensurdecedor e fogo. São elementos da manifestação de Deus. O barulho enche toda a casa, como o Espírito Santo a todos eles. E, depois de um fenômeno sonoro, um fenômeno visual: “línguas como de fogo”. Que são essas “línguas de fogo”? Simbolizam o poder de Deus que faz falar. Não se trata de falar línguas incompreensíveis. O dom do Espírito Santo faz com que a Igreja assuma a cultura, a língua de cada povo, para poder levar a cada pessoa as maravilhas de Deus, isto é, o que Deus fez por nós e para nós em Jesus Cristo.
    A solenidade de Pentecostes funda a universalidade da missão da Igreja. Mas há continuidade entre o pentecostes judeu e o cristão: o dom do Espírito é o dom da Lei interiorizada, quando, da Nova Aliança, surgem o espírito novo e o coração novo, de que falam os profetas Jeremias e Ezequiel.

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