Maravilhoso o ensinamento de Cristo: “Quem crê tem a vida eterna” e isto porque Ele disse “todos serão instruídos por Deus” (Jo 6,41-51), É que este Deus se manifesta, mas supõe um ato de fé, dado que é Ele mesmo queM fala à inteligência e ao coração de cada um. A quem corresponde às luzes divinas Ele prometeu uma felicidade sem fim. Por entre as vicissitudes da trajetória nesta terra é preciso, porém, ter sempre confiança total e se alimentar do pão vivo que desce do céu. Através da vida do cristão a fé vai tomando consistência. Trata-se de uma maneira peculiar de enxergar o mundo e toda uma obra admirável de salvação operada pelo Filho de Deus. Atraído pelo Pai, vivendo plenamente o que Jesus ensinou, o cristão infalivelmente ressuscitará para uma bem-aventurança perene após a morte e isto pelo poder do Divino Ressuscitado. É preciso então uma purificação espiritual contínua, pois nunca haverá quem no caminho da perfeição não deva sempre ser melhor. É deixar Cristo trabalhar dentro de cada um, em todos os seus atos, durante toda sua existência nesta terra, porque o cristão não deve querer grandes saltos na caminhada rumo ao céu. É pouco a pouco, dia a dia, semana a semana que o seguidor de Jesus vai se aprimorando e tentando se identificar com aquele que disse: “Aprendei de mim”. Esta foi a cátedra que Ele estabeleceu nesta terra numa escola permanente de aprimoramento espiritual. Esta tem formando santos formidáveis que esplenderam na prática das mais admiráveis virtudes. É que são inúmeros os que sob o dinamismo da graça progridem, pois é ela que possibilita o movimento para as coisas do alto e não para as da terra. Tudo isto é possível porque Jesus se fez na Eucaristia o pão da vida que sustenta, ampara e transmite o vigor para que o fiel nunca desanime na peregrinação rumo à vida eterna. Eis porque cada vez que o discípulo de Cristo participa da Missa recebe um elã de amor que o ajuda a entrar numa relação mais íntima com aquele que o capacita a caminhar sempre para frente, sem cair no precipício do pecado e dos desvios éticos. É claro que tudo isto reclama uma submissão cordial ao divino Redentor. Isto sob estas facetas: admitir que Deus existe, tendo falado aos homens através de seu Filho Jesus de Nazaré, e acreditar que a palavra de Cristo retém na sua Igreja a mensagem gloriosa de sua vitória sobre a morte e sobre todas as forças do mal. Pelo livro do Êxodo sabemos como os filhos de Israel que tinham deixado o Egito na alegria da libertação, ao serem provados no deserto, murmuram contra Deus. Enorme foi depois a luta do profeta Elias diante da hostilidade que surgiu contra sua missão e na sua angústia preferia morrer. Tudo isto mostra que não é fácil crer e perseverar. Mesmo os contemporâneos de Jesus vendo os seus milagres tiveram dificuldade de crer. Em Nazaré mesmo, sua terra, até seus familiares só viam nele o filho do carpinteiro José. Jesus, porém, se manifestava como o Filho de Deus, o pão da vida. Diante desta revelação muitos até indagavam: “Como pode este homem nos dar sua carne a comer”? Donde o cuidado que se deve ter em preservar a fé, dom preciosíssimo que pode ser perdido por aqueles que procuram demonstrações meramente humanas, junto de falsos sábios que lutam por contradizer as verdades reveladas. Discussões humanas nunca conduzem à fé. Esta é, sobretudo, uma resposta à atração divina. Jesus foi claro: “Ninguém pode vir a mim, isto é, ninguém pode crer, se o Pai que me enviou não o atrai a mim”. Daí ser imprescindível ao cristão se precaver para não se afastar das luzes celestiais e deve ser sua súplica constante a mesma que fizeram os próprios apóstolos: “Senhor, aumenta sempre a nossa fé”. Apenas assim, Jesus poderá cumprir sua promessa de ressuscitar um dia o seu seguidor fiel para a felicidade sem fim. Aí está a razão pela qual Ele se fez na Eucaristia o pão da vida para alimentar a fé que abre o fiel às coisas de Deus, aos projetos do Pai, à vida eterna junto da Trindade Santa. Feliz, portanto, o cristão porque pode usufruir ao máximo do amor de Deus com todos os recursos que Jesus legou aos seus seguidores. É pela fé que o ser humano é conduzido para Deus e esta fé deve ser cuidadosamente cultivada, defendida, continuamente aumentada. É ela que permite a cada um receber em si a vida do Verbo da Vida, a Vida mesma de Deus. Como foi dito, a fé é uma prova dura até o fim da existência do homem nesta terra, uma prova que é preciso enfrentar sem desfalecimentos. Uma fé forte, poderosa, sustentada pelo mesmo amor de Deus, uma fé que dá ao cristão a ventura de jamais perder a eternidade feliz, mesmo tendo que morrer na hora indicada por Deus. Assim sendo, é necessário que o cristão peça sempre a Maria, a Virgem que acreditou, o sustente nesta fé inabalável.