São 12 novos bispos que participam da 29ª edição do curso para os novos bispos, promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada nesta semana, na sede da entidade, em Brasília (DF). Os novos prelados escolhidos para levar à frente o ministério episcopal estão distribuídos em quatro regiões geográficas do Brasil e em oito regionais da CNBB.
O Nordeste Brasileiro é a região que mais recebeu bispos novos: seis; seguido do Sudeste, com seis. A região Sul ganhou dois novos bispos e o Norte, um. Este número não conta as transferências realizadas desde agosto do ano passado, quando aconteceu o último curso para novos bispos, que é oferecido aos padres que são nomeados pelo papa para o ministério episcopal.
Seis bispos enviados para o Nordeste, quatro regionais da CNBB contemplados. Dom Aldemiro Sena dos Santos, bispo de Guarabira (PB) e dom Limacêdo Antônio da Silva, auxiliar de Olinda e Recife (PE), são do regional Nordeste 2. Dom Vitor Agnaldo de Menezes, de Propriá (SE), e dom Jailton de Oliveira Lino, de Teixeira de Freitas-Caravelas (BA), são do regional Nordeste 3. Outros dois foram nomeados auxiliares da arquidiocese de Fortaleza (CE): dom Júlio César Souza de Jesus e dom Valdemir Vicente Andrade dos Santos são do regional Nordeste 1.
Único bispo dos regionais do Norte, que estão na região Amazônica brasileira, dom José Altevir da Silva, bispo de Cametá (PA), no regional Norte 2 da CNBB, fala sobre a experiência que tem vivido na diocese, onde está desde dezembro do ano passado.
“Está sendo um tempo de graça, um tempo de acolhida verdadeira, um povo muito acolhedor, festivo, muito devoto, muito religioso e isso já dá uma esperança muito grande, a maneira que o povo estava ansioso o novo bispo chegar e a maneira como cheguei também, muito simples, e o povo recebeu de maneira muito carinhosa, muito humana. Para mim foi o primeiro passo naquela diocese e está me fazendo cada vez mais descobrir o caminho do amor àquele povo, do amor àquela Igreja, porque esse jeito de amar um povo ele demora, é feito na caminhada, ninguém chega amando o povo e a Igreja local. Você vai amando, descobrindo, vivendo e assumindo cada vez mais a identidade daquela Igreja local passo a passo”, com dom José Altevir.
Dom Altevir recorda seu lema episcopal “Escuta aprende e anuncia, com alegria, esperança e caridade” para retratar o que está vivendo, “o tempo da escuta”, que é profunda, ao também ver os clamores do povo.
A cidade de Cametá conta com uma população estimada de 136.100 habitantes, e com cerca de 3.081,367 quilômetros quadrados, a diocese está dividida em duas regiões, são elas região Transamazônica e Tocantina. Como território amazônico, tem os desafios próprios da região.
“A Amazônia em si ela traz consigo grandes desafios primeiro por ser cobiçada, muitas vezes lida como objeto do comercio, de interesse de um sistema que mata e que fere o povo, a natureza, a aterra, os rios, a custo do lucro”, analisa dom Altevir. Para ele, o primeiro cuidado, é ter a consciência de que “a Amazônia precisa de um cuidado, de um respeito de uma atenção. E essa atenção vai vir das exigências do Evangelho. Realmente devemos ter muita consciência e rezar isso no dia a dia, lutar para ser uma Igreja cada vez mais com rosto dos povos amazônicos, porque a nossa região tem vários povos, vários rostos, cada um com seus clamores, suas necessidades”.
Para o bispo, a Igreja na Amazônia “clama por pastores que vejam a necessidade do povo, clama por uma inculturação realmente a partir daquele chão sagrado que é Amazônia e isso exige bastante esforço”.
No outro extremo do país, há o recém-empossado, dom Silvio Guterres Dutra, bispo de Vacaria (RS). Ordenado bispo no dia 22 de julho, tomou posse no domingo, dia 5, na Catedral da sede episcopal. Ele conta que esteve na diocese após a nomeação, quando em uma das oportunidades fez visitas a instituições públicas e às paróquias. Dom Silvio explica que precisará de meses para ter uma ideia mais clara, “um discernimento maior do que, de fato, consiste a diocese”.
“A diocese tem uma história muito rica, muito bonita, começada pelos freis capuchinhos que assumiram a região há muitos anos atrás, depois assumiram a prelazia de Vacaria, algumas vezes os capuchinhos também estiveram à frente como bispos da diocese. O que eu senti na diocese é que uma marca característica é o fortalecimento das comunidades paroquiais. São comunidades fortes, bem estruturadas, com caminhada bonita de conselhos paroquial e comunitários, diferentemente da experiência que eu tinha de igreja. A própria reunião da forania ou da área pastoral, se dá com a presença dos padres e das lideranças leigas que assumem setores ali na diocese. Eu fiquei encantado com isso, acho que é um caminho digno, bom para a Igreja e que eu preciso favorecer, incrementar, valorizar isso”, conta dom Silvio.
A arquidiocese de Fortaleza é a mais antiga entre as Igrejas Particulares que contam com novos bispos, uma vez que erigida em 1854. A do Rio de Janeiro data de 1892. A diocese com mais recente criação é a de Guarabira (PB), tendo sido oficializada em 27 de dezembro de 1981.
Fonte CNBB