Celebramos neste domingo o Quarto Domingo do Tempo Pascal. Este domingo é conhecido como o domingo do Bom Pastor. Também temos a graça de nesta Eucaristia rezar pelas vocações, pois, é o 60º Dia (ou jornada) Mundial de Orações pelas Vocações.
Na liturgia deste domingo todos os anos é lido um trecho do cap. 10 de Joao que tem como tema a figura do Bom Pastor. Quando São Pedro, no meio das primeiras perseguições aos cristãos, lhes escrever para firmá-los na fé, recorda-lhes o que Cristo sofreu por eles: por suas chagas fomos curados. Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora retornastes ao Pastor e guarda das vossas almas. Por isso a Igreja inteira se enche de júbilo pela ressurreição de Jesus Cristo e pede a Deus Pai que “apesar de sua fraqueza o rebanho possa atingir a fortaleza do Bom Pastor” (Parte da oração da coleta da Missa do Quarto Domingo da Páscoa).
A liturgia deste domingo convida-nos a meditar na misericordiosa ternura do nosso Salvador, para que reconheçamos os direitos que Ele adquiriu sobre cada um de nós com a sua morte e ressurreição. É também uma boa ocasião para considerarmos na nossa oração pessoal o nosso amor pelos bons pastores que o Senhor deixou para nos guiarem e guardarem em seu nome.
Jesus é o Bom Pastor, que dá a vida pelas suas ovelhas. Em contraste como os ladrões mercenários, que andam atrás dos seus interesses e põem a perder o rebanho, Jesus é a porta da salvação, que permite encontrar pastagens abundantes a quem a transponha. Existe uma terna relação pessoal entre Jesus, o Bom Pastor, e as suas ovelhas: Ele as chama a cada uma pelo seu nome, caminha à frente delas, e as ovelhas o seguem porque conhecem a sua voz. Ele é o pastor único que forma um só rebanho, protegido pelo amor do Pai. É o pastor supremo.
É uma catequese sobre a missão de Jesus: conduzir o homem às pastagens verdejantes e às fontes cristalinas, de onde brota a vida em plenitude, como nos faz rezar salmo 22 como resposta á leitura. O Bom Pastor aparece numa atitude de ternura com as ovelhas: Ele as conhece, as chama pelo nome, caminha com elas e estas O seguem. Elas escutam a Sua voz, porque sabem que as conduz com segurança. Em contraste com o pastor, aparece a figura dos ladrões e dos bandidos. São todos os que se apresentam como Pastor, ou até falam em nome de Cristo, mas procuram somente vantagens pessoais. Além do título de Bom Pastor, Cristo aplica-Se a Si mesmo a imagem da porta pela qual se entra no aprisco das ovelhas que é a Igreja. Ensina o Concílio Ecumênico Vaticano II: “A Igreja é o redil, cuja única porta e necessário pastor é Cristo” (LG 6). No redil entram os pastores e as ovelhas.
“Eu sou o bom pastor” – disse Jesus. O adjetivo grego usado para “bom” significa mais que bom: é belo, perfeito, pleno, bom. Jesus é, portanto, o pastor por excelência, aquele pastor que o próprio Deus sempre foi. Pela boca de Ezequiel profeta, Deus tinha prometido que ele próprio apascentaria o seu rebanho: “Eu mesmo cuidarei do meu rebanho e o procurarei. Eu mesmo apascentarei o meu rebanho, eu mesmo lhe darei repouso” (34, 11.15). Pois bem: Jesus apresenta-se como o próprio Deus pastor do seu povo!
Neste Domingo celebramos o 60ª Jornada Mundial de Oração pelas Vocações sacerdotais e religiosas. Peçamos ao Senhor, Bom Pastor, que dê à Igreja e ao mundo pastores segundo o seu coração, pastores que, nele e com ele, estejam dispostos a fazer da vida uma total entrega pelo rebanho; pastores que tenham sempre presente qual a única e imprescindível condição para pastorear o rebanho do Bom Pastor: “Simão, tu me amas? Apascenta as minhas ovelhas!” (Jo 21,15s). Eis a condição: amar o Pastor! Quem não é apaixonado por Jesus não pode ser pastor do seu rebanho! Não se trata de competência, de eficiência ou brilhantismo; trata-se de amor! Se tu amas, então apascenta! Como dizia Santo Agostinho, “apascentar é ofício de quem ama”.
O Divino Pastor é quem pode, realmente, ajudar, salvar e conservar a vida. Ele afirmou: “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10). Para distinguir a Voz do Pastor é preciso, uma vida de oração intensa; um confronto permanente com a Palavra de Deus e uma participação ativa nos sacramentos, onde recebemos a vida, que o Pastor nos oferece. Estejamos atentos a voz do Nosso Pastor Jesus Cristo, que nos chama e nos convida a permanecer em seu redil.