Já foi chamada de “as Olimpíadas tristes”. Em Tóquio, a fim de evitar o contágio da Covid-19, não haverá espectadores nas arquibancadas dos estádios, não serão permitidos abraços entre os atletas, e os olímpicos terão que colocar suas medalhas ao redor de seu próprio pescoço para evitar qualquer possível contato. Um ano após o adiamento dos Jogos Olímpicos devido à pandemia, o Japão se prepara para viver o evento esportivo por excelência com sentimentos conflitantes: alegria e tristeza, orgulho e preocupação.
Certamente, como no recente Campeonato Europeu de Futebol e na Copa América, há a consciência de que os atletas que se alternarão na pista, no campo, não pouparão energias para vencer. Este espírito de competição também foi reforçado pela espera prolongada desde as últimas Olimpíadas, no Rio de Janeiro em 2016. Por outro lado, se Francisco expressou frequentemente seu apreço pela dimensão amadora e comunitária do esporte e por sua função social, ele sabe bem que a atividade esportiva, especialmente a nível profissional, vive no confronto e na superação do limite, antes de tudo consigo mesmo, antes mesmo dos outros.
“Mostrem as metas que podem ser alcançadas com o esforço do treinamento, que envolve grande comprometimento e também renúncias. Tudo isso – disse o Papa aos nadadores italianos em junho de 2018 – é uma lição de vida, especialmente para seus coetâneos”. Esta é a esperança de que estes Jogos Olímpicos de Tóquio sejam capazes de combinar tensão competitiva e um espírito de unidade. Superando limites e compartilhando fraquezas. Hoje, mais do que nunca, o desafio não é apenas ganhar a medalha de ouro – o sonho e meta de todo o atleta olímpico – mas também ganhar, todos juntos, a medalha da fraternidade humana.
Por Alessando Gisotti - Vatican News