5 dicas para manifestar o seu amor e gratidão
Black Friday, Cyber Monday, fim de semana promocional estendido… A internet está repleta de descontos, promoções e outros chamarizes para você gastar o seu dinheiro, porque… Bom, porque isto se tornou típico desta época do ano. O momento em que nos preparamos para o Natal virou um frenesi de consumismo, mais ou menos amenizado pela ideia de que estamos ajudando a economia e os pobres (há varejistas que alegam doar parte dos lucros desta época para obras sociais, por exemplo).
Existem muitas razões para criticarmos essa loucura toda, mas, desta vez, eu resolvi abraçar a temporada de presentes e sugerir um pequeno “guia” para os casais: “como presentear o seu cônjuge”.
A troca de presentes entre os esposos pode evitar os excessos da cultura atual, homenageando a nossa vocação de pessoas casadas e nos ajudando a sentir a verdadeira alegria do Natal. Mas como?
Sem mais delongas, estas são as minhas sugestões:
1. Dê mesmo um presente!
Com o passar do tempo, muitos cônjuges param de dar presentes um ao outro no Natal. Às vezes, um dos vários motivos é que parece estranho trocar presentes quando se compartilha a mesma conta bancária… (Aliás, meu marido tentou me surpreender recentemente com um presente que eu adorei, mas a surpresa foi arruinada pelo serviço de proteção contra fraudes do cartão de crédito, que me telefonou para confirmar se a compra era autêntica…). Apesar disso, é sempre um gesto de carinho dar um presente ao nosso cônjuge, dentro das nossas possibilidades.
Por quê? Porque os presentes, entre os apaixonados, servem como uma espécie de lembrança de que o outro precisa ser (re)conquistado todos os dias. Esta é uma das principais dificuldades a ser superada no casamento: achar que o cônjuge já “é nosso” e que não precisamos fazer mais nada. No dia-a-dia, além disso, costumamos reclamar do outro com mais frequência do que refletimos sobre o presente que ele próprio é para nós.
Dar presentes materiais na época do Natal (ou em qualquer outra época) é uma forma concreta de nos lembrarmos do outro como sendo ele mesmo um presente. Nosso cônjuge ainda é “uma pérola preciosa”, mesmo quando o casamento passa por fases difíceis. Se você deixou de dar presentes ao seu cônjuge, ou se nunca teve esse costume, pode ser um bom momento para reavivar essa prática.
2. Não dê presentes que, na realidade, são para você mesmo.
Há dois erros que precisamos evitar: o primeiro é dar algo que é você mesmo quem deseja ter. Como aquela TV Full HD de 72 polegadas que você dá à sua esposa e que vai ser sensacional para assistir aos jogos do seu time… O outro erro é dar um presente que deixe o nosso cônjuge um pouco mais próximo da imagem que nós mesmos fazemos dele ou gostaríamos que ele tivesse. É o triste caso, por exemplo, de matrículas-supresa em academias de ginástica ou de roupas de um estilo que o cônjuge não usa. Esses presentes, no fundo, estão dizendo o seguinte: “Tente isso, aprenda isso, use isso, porque assim eu vou achar você um cônjuge melhor para mim”.
É fácil rir desses exemplos estereotipados, mas é provável que todos nós já tenhamos feito isso alguma vez (ou várias). Certo ano, eu dei ao meu marido, como presente de aniversário, um faqueiro! É verdade que ele realmente não gostava dos nossos talheres velhos, mas também é verdade que dar o faqueiro de presente “para ele” era, na prática, presentear a mim mesma… O mesmo vale para o marido que deu à esposa os artigos esportivos necessários para que ela se tornasse sua parceira de tênis, esporte que ela não pretendia praticar, e para a esposa que deu ao marido uma grelha, na esperança de que ele ajudasse na cozinha. Há outras maneiras de abordar no casamento certas expectativas que mantemos a respeito do cônjuge; impô-las em forma de “presente” não é a melhor ideia.
3. Pergunte ao cônjuge o que ele ou ela gostaria de ganhar.
Tenho certeza de que isto soa terrivelmente simplista, mas não precisa ser visto dessa forma. Depois de quinze anos de casamento e alguns presentes “errados”, eu aprendi que, perguntando o que ele gostaria de ganhar, a tarefa fica geralmente bem mais simples.
Há nisto, porém, uma ironia: você pode ter a sensação de que esse presente que ele pediu não é o presente que você gostaria de dar. Mas quantas vezes eu ganhei algum presente “prático” quando o que eu queria mesmo era uma bolsa totalmente inútil, mas linda?
4. Transforme os desejos do seu cônjuge em realidade.
Isto me leva a mais uma reflexão: será que é uma boa ideia satisfazer sonhos e devaneios do cônjuge ao lhe dar um presente? Afinal, somos adultos… É um assunto delicado. Existe, sem dúvida, o risco de transformar os nossos desejos num fluxo interminável de apegos desordenados. Por outro lado, Deus criou as coisas boas para que nós desfrutemos delas. Sonhar acordado, mesmo com coisas materiais, não é algo ruim em si mesmo. Parar de sonhar é que pode ser uma perda relevante.
O problema, acho eu, não é sonhar ou desejar, mas assumir a postura de satisfazer os nossos caprichos por nós mesmos. As crianças não satisfazem os seus sonhos e desejos por si próprias: eles sonham, mas pedem, e precisam dos outros para realizar esses sonhos.
Uma sugestão para os cônjuges cristãos poderia ser esta: abnegar-se mais na satisfação dos próprios desejos materiais e, ao mesmo tempo, esforçar-se para dar ao cônjuge tudo o que ele deseja, dentro dos limites do razoável e do sensato. Assim, cada cônjuge prestará mais atenção aos desejos do outro.
5. Não aja somente como adulto.
Tente agir também como criança, presenteando e recebendo o seu presente com um abraço caloroso e cheio de simplicidade espiritual. Manifeste todos os seus desejos, mas esteja pronto para receber apenas o que Deus achar que você precisa. Se conseguir viver com esta postura, você terá mais alegria no Natal do que tinha sonhado em ter!
E este mesmo vai ser o melhor presente que você poderia dar ao seu cônjuge: um espírito jovial, alegre, simples, decorrente da confiança espiritual em Deus, nosso Pai que sabe muito bem o que é conveniente para nós em cada momento.
Fonte: Aleteia