Por que você não deve ficar com raiva quando algo (ou alguém) atrapalha sua oração

Cada momento de nossa vida deve ser oferecido ao Senhor (até as interrupções das nossas preces)

Tirar um tempo para a oração é, muitas vezes uma tarefa difícil, especialmente para quem é casado e tem filhos. Nestes casos, encontrar 15 ou 30 minutos para a oração pode ser quase impossível.E mesmo quando conseguimos um tempinho para rezar, pequenas mãos e vozes inevitavelmente o interrompem. Por exemplo: você decidiu que amanhã acordará uma hora mais cedo para passar a manhã lendo um bom livro espiritual ou simplesmente descansando em meditação silenciosa.

Aí você acorda cedo, senta na sua poltrona confortável e abre seu livro. Depois de alguns minutos de felicidade e tranquilidade, o seu filho mais novo acorda, desce os degraus e imediatamente começa a pedir o café da manhã. Já era o seu momento de tranquilidade!

Ou, para dar um exemplo diferente, você pode não ter filhos em casa e todo dia você tira um bom tempo para orar. Na maioria das vezes, você nunca é interrompido. Porém, um dia você se senta e logo depois seu vizinho te telefona para fazer uma pergunta. Você conversa e volta à oração. Depois de alguns minutos, alguém da igreja liga e tem uma pergunta diferente. Alguns minutos depois, a campainha toca e, nesse momento, você atende a porta de uma maneira muito “sem caridade”! Já aconteceu isso com você?

Pois saiba que São Francisco de Sales nos aconselha a não ficarmos nervosos quando somos interrompidos no meio de uma prece. Ele relata uma história milagrosa que aconteceu com São Francisco de Roma, que estava recitando o Ofício de Nossa Senhora e foi interrompido quatro vezes por uma senhora que estava a procura do marido dela na rua para resolver algum problema de casa. São Francisco ficou furioso, mas, resolvido o problema da senhora, ele voltou a rezar e notou que algo estava diferente: os versos estavam escritos em letras douradas.

Sales usa esse exemplo para explicar como “os esforços, de acordo com a vocação de cada um, não diminuem o amor Divino, mas o aumentam, e, por assim dizer, aumentam o trabalho de devoção. O rouxinol não ama menos sua melodia quando ele faz suas pausas do que quando ele canta…”

Embora a oração seja um tempo precioso para promover nosso amor a Deus, devemos também considerar nossas outras obrigações como formas de aumentar nossa união com Ele. Nossa vida inteira é para ser uma oferta a Deus, quer estejamos sozinhos em oração ou ocupados com nossas atividades pela casa.

Enfim, cada momento da nossa vida é um presente. Cabe a nós usarmos esses momentos para glorificarmos a Deus.

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