De 20 de julho a 5 de agosto, os cerca de 35 partidos políticos com registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se movimentam para realizar as suas convenções para a escolha dos candidatos a presidente e vice-presidente da República, governador e vice-governador, senador e respectivos suplentes, deputado federal, deputado estadual ou distrital, conforme estabelece o calendário das Eleições Gerais 2018, em dezembro de 2017.
O grande número de partidos e candidatos que, inevitavelmente, levam à necessidade de fazer as “coligações” é classificado pelo bispo de Lages (SC) dom Guilherme Werlang e presidente da Comissão Episcopal para a Ação Social Transformadora, como algo vergonhoso que produz um grande mal para o Brasil. Na avaliação dele, os partidos pequenos não têm ideologias claras e as legendas “nanicas” existem apenas para servir como moeda de troca a cargos.
Dom Guilherme avalia como pouco democrático o processo da escolha dos nomes que representarão os partidos na disputa eleitoral. Ele lembra que, na proposta de Reforma Política que a CNBB, junto a um grupo de 50 entidades brasileiras, apresentou há dois anos, levava-se em consideração exatamente a possibilidade de o povo brasileiro participar da escolha dos candidatos a serem candidatos, num processo a ser coordenado pela justiça eleitoral. “Enquanto os caciques, os donos dos partidos, fizerem as convenções, e lá dentro, impor seus interesses e os candidatos que desejam não vamos conseguir sair desta corrupção e descomando que existe no Brasil”, disse.
Nas próximas semanas 17 presidenciáveis terão seus nomes avaliados, seja pelo próprio partido, seja por outras siglas, na definição das coligações. Liderando o eleitorado está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em julho, o petista carrega 21% das intenções. Contudo, sua candidatura ainda está pendente de processo judicial. Um dos principais partidos de esquerda, o PCdoB, disputará com um nome próprio, Manuela D’Avila, que já tem a confirmação da sigla.
Sem engajamento, dois pré-candidatos já desistiram: Fernando Collor (PTC) e Flávio Rocha (PRB). Há indícios de que o deputado Rodrigo Maia (Dem), atual presidente da Câmara dos Deputados, também desista da disputa. O calendário das Eleições Gerais 2018, aprovado pelo TSE, em dezembro de 2017, traz as principais datas do processo eleitoral a serem observadas por candidatos, partidos, eleitores e pela própria Justiça Eleitoral.
As modificações introduzidas pela Reforma Política (Lei n° 13.487 e Lei nº 13.488), aprovada pelo Congresso Nacional em outubro deste ano, foram incorporadas ao calendário do pleito de 2018, que ocorrerá no dia 7 de outubro, em primeiro turno, e no dia 28 de outubro, nos casos de segundo turno. Na avaliação, do religioso, para conquistar a credibilidade da política, o processo político deveria ser democratizado, com o povo indicando homens e mulheres com um passado íntegro, e os políticos deveriam ouvir permanentemente ouvir o povo e suas demandas e interesses.
17 Presidenciáveis:
Afif Domingos, disputa pelo PSD
Aldo Rebelo, disputa pelo Solidariedade
Alvaro Dias, disputo pelo Podemos
Ciro Gomes, disputa pelo PDT
Guilherme Boulos, disputa pelo PSOL
Geraldo Alckmin, disputa pelo PSDB
Jair Bolsonaro, disputa pelo PSL
José Maria Eymael, disputa pelo PSDC
João Amoêdo, disputa pelo Partido Novo
Henrique Meirelles, disputa pelo MDB
Levy Fidelix, disputa pelo PRTB
Luiz Inácio Lula da Silva, disputa pelo PT
Manuela D’Avila, disputa pelo PCdoB
Marina Silva, disputa pela Rede
Paulo Rabello, disputa pelo PSC
Rodrigo Maia, disputa pelo DEM
Vera Lúcia, disputa pelo PSTU
Fonte: CNBB