Pentecostes

    Em nosso mundo são faladas muitas línguas. Tantas que, muitas vezes não nos entendemos. Certamente, na nossa própria cidade, encontramos na rua pessoas que falam outras línguas. Também é certo que passamos pela experiência de não encontrar ninguém que entende nosso idioma quando precisamos de ajuda ou de não poder ajudar adequadamente a alguém simplesmente porque não o entendemos.
    Neste primeiro domingo de junho, celebramos Pentecostes, a chegada do Espírito Santo sobre aquele primeiro grupo de apóstolos e discípulos que, após a morte e ressurreição de Jesus, continuavam se reunindo para orar e se lembrar do Mestre. A vinda do Espírito Santo teve um efeito maravilhoso. De repente, aqueles que estavam trancados e amedrontados atreveram-se a sair para a rua e a falar de Jesus com todos aqueles que encontravam. O surpreendente é que Jerusalém, naqueles dias, era um fervedouro de povos de diferentes lugares e procedências. Por suas ruas transitavam pessoas de todo o mundo. Mas todos ouviam os apóstolos em seu próprio idioma sobre as maravilhas de Deus e do grande milagre que Deus havia realizado ao ressuscitar Jesus dentre os mortos.
    O Espírito Santo os tornou sacerdotes do Senhor. Desde então, o Evangelho ultrapassou todas as fronteiras das nações, das culturas e das línguas. Chegou até aos mais distantes lugares de nosso mundo, proclamando sempre as maravilhas de Deus de forma que todos pudessem entender. Junto com ele, chegou, igualmente, a paz a muitos corações e a capacidade de perdoar, tal como Jesus dissera aos apóstolos.
    Nos dias de hoje, são muitos os que continuam deixando-se levar pelo Espírito e, com suas palavras e sua maneira de se comportar, dão testemunho das maravilhas de Deus. Com seu amor por todos e sua capacidade de servir aos mais pobres e necessitados, fazem que todos compreendam o amor com que Deus nos ama em Jesus. Com sua capacidade de perdoar, vão enchendo de paz o coração de todos. O Espírito continua animando em nosso mundo. Há testemunhos que comunicam a mensagem por sobre as barreiras dos idiomas e das culturas. Não foi Madre Teresa de Calcutá um testemunho de dimensões universais? Sua figura pequena e frágil era m sinal vivo da preferência de Deus pelos mais fracos, pelos últimos da sociedade.
    Hoje o Espírito nos chama para nos deixarmos levar por ele, na intenção de proclamarmos as maravilhas de Deus: amar e perdoar àqueles que nos rodeiam, tal como Deus nos ama e perdoa, e encontrar novos caminhos para proclamar o Evangelho de Jesus na nossa comunidade. Pentecostes é festa porque o Espírito está conosco, chegou ao nosso coração. Aleluia!

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