Pe Zollner: Igreja fortalece compromisso pela tutela de menores

Cidade do Vaticano (RV) – Consolida-se o compromisso da Igreja  pela proteção dos menores, contra toda forma de abuso. A Plenária da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores concluiu no domingo (12/09) a reunião iniciada em 5 de setembro no Vaticano.

Na pauta do encontro, a instituição de um Dia de Oração pelas vítimas, a realização de um modelo-guia para as Conferências Episcopais e a criação de um site da Comissão.

No decorrer das sessões de trabalho, ademais, acentuou-se a importância do documento papal “Como uma mãe amorosa”, que sublinha a responsabilidade dos bispos,  o compromisso com a educação e ainda sobre os numerosos encontros realizados em diversos países por parte dos membros da Comissão.

Padre Hans Zollner, membro da Pontifícia Comissão, falou sobre o encontro aos microfones da Rádio Vaticano:

“Penso que compartilhamos tantas atividades que desenvolvemos dentro dos grupos de trabalho. Eu acho que se possa dizer que, nestes últimos meses, ao menos 70-80 encontros foram realizados nas partes mais diversas do mundo: da Europa à América, até a Oceania. Vimos como agora, em muitas partes do mundo, em que até então não se falava do tema dos abusos e da sua prevenção, muitas pessoas estão se movimentando dentro da Igreja e também fora dela; e que a Igreja nestas regiões – às vezes – é realmente a parte mais ativa e mais importante, precisamente graças ao sistema das escolas católicas, graças a todo o sistema educativo e ao trabalho com os jovens e as famílias. Motivo pelo qual estamos muito contentes em poder compartilhar as tantas atividades que foram realizadas e que já – a meu ver – indicam uma certa tomada de consciência a nível universal”.

RV: Está crescendo a cultura, precisamente, da tutela, desta tomada de consciência sempre mais profunda?

“Uma das experiências e também das reflexões foi esta: devemos nos movimentar em vários níveis e em vários âmbitos. Desta vez, falamos das linhas-mestras e de um modelo, de um formato, que queremos submeter à atenção do Santo Padre, que poderia funcionar como inspiração para as Conferências Episcopais para melhorar ainda mais ou para trabalhar em alguns âmbitos em que as suas linhas-mestras não foram desenvolvidas suficientemente. O outro âmbito é o da oração, da atenção à assistência espiritual às vítimas, para aqueles que querem receber esta ajuda ou que às vezes esperam também esta ajuda. Soubemos que o Santo Padre reagiu – depois da entrega de nossa proposta, ocorrida há alguns meses – com um Dia de Oração pelas vítimas de abuso. Foi enviada uma carta às Conferências Episcopais, declarando esta necessidade de pensar a respeito e de fazer uma proposta: o que ocorreu, depois desta carta, é o pedido para que as respectivas Conferências episcopais comecem a trabalhar, onde isto ainda não tenha sido feito, de modo a poder propor uma data e também uma forma para aquela Igreja local pela qual são responsáveis. Nesta semana, teremos também a possibilidade de encontrar os novos bispos nomeados, quer para as terras de missão – e portanto os bispos que pertencem à Propaganda Fidei, à Congregação para a Evangelização dos Povos – quer aqueles que estão sob a jurisdição da Congregação para os Bispos. Portanto, temos a oportunidade de poder falar aos novos pastores das Igrejas locais – o Cardeal O’Malley, a vítima de abuso Mary Collins e eu – transmitindo a eles uma mensagem, pensamos, consistente. Estamos muito contentes que pela primeira vez tenhamos sido convidados”.

RV: Sabemos o quanto o Papa tem a peito a questão da tutela dos menores, dando prosseguimento a um grande trabalho iniciado pelo seu predecessor, Bento XVI, em particular. Houve uma ocasião de encontro com o Papa nestes dias?

“A Comissão não encontrou o Santo Padre, mas soube que duas vítimas de abuso na Itália tiveram um encontro com o Santo Padre, no contexto da Audiência para o Ano Jubilar, sábado passado, durante o qual entregaram a ele dois livros, que foram publicados em italiano nesta ano: “Júlia e o lobo” e o outro “Gostaria de ressurgir de minhas feridas”. O primeiro é sobre a experiência de uma jovem abusada por um sacerdote na Itália: e este é o primeiro livro na Itália, em italiano, e sobre uma experiência na Itália. O outro livro é sobre mulheres consagradas, que são abusadas por sacerdotes. O Papa – segundo me disseram estas duas senhoras – ficou muito impressionado e pediu para poder acompanhar também este acontecimento. Portanto eu penso, daquilo que soubemos e visto nestes anos – desde quando passou a ter o Papa Francisco, como também o Papa Bento – que os Papa têm uma grande atenção pessoal, muito empática e muito próxima, às pessoas em grandes dificuldades e também por aqueles que sofreram um abuso sexual por parte de um membro do clero”.

 

Fonte: Rádio Vaticano

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