Bento XVI: Seu legado

“A diferença entre um estadista e um demagogo é que este decide pensar nas próximas eleições, enquanto aquele decide pensando nas próximas gerações”.

Winston Churchill
Estadista Inglês

O papado nunca mais será o mesmo depois da renúncia do erudito Papa Bento XVI. Devido seu patrimônio apoteótico.
Seu legado será a sua alta intelectualidade de teólogo refinado. Seu pontificado foi marcado pelo apogeu da ortodoxia, pelo amor e respeito à dignidade da pessoa humana.
Sua vida e suas obras são escolas soteriológicas. Seus escritos revelam a Face de Deus, a graça redentora de Jesus Cristo que leva o ser humano a conversão à salvação eterna.
Por séculos suas obras serão estudas como clássico do pensamento teológico e filosófico. A riqueza do seu conhecimento vai acompanhar gerações por gerações. O bem que já faz, vai fazer muito mais no futuro sem fim.
Grandes transformações vão acontecer na Igreja Católica a partir da renúncia de Bento XVI. A Divina Providência escolheu o tempo para o pontificado de Bento XVI, e este foi eleito para marcar de forma monumental o tempo de mudanças profundas no papado romano.
Disse ele: “Onde o fogo de Deus é como o fogo das brasas que pede para ser reavivado. Para além dos métodos tradicionais de pastoral, sempre válidos, a Igreja procura lançar mão de novos métodos. Só uma Igreja renovada pode renovar o mundo” (1).
Não é só o Papa Bento XVI que tem plena consciência de mudanças e renovação abissal no cerne da Santa Igreja. O arcebispo de Santo Antônio, Estados Unidos, Dom Gustavo García-Siller, M.S.P.S., declara: “Precisamos de um novo Pentecostes, para que a salvação de Jesus possa alcançar o mundo inteiro e transformá-lo, a fim de que a Igreja possa ser renovada e a Santidade prospere nela” (2).
O diretor do Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana, Padre Jesuíta Dr. Hans Zollner, diz: “A Igreja está sempre sendo reformada e há mais movimento do que pensamentos” (3).

SABEDORIA DO ALTO

“Avanços científicos são mais rápidos que discussão sobre a ética na genética. As leis nunca acompanham o desenvolvimento técnico”.

Dr. Márcio Coslovsky
Especialista em reprodução humana (4)

O nosso tempo, mais do que nunca, exige muita técnica e profissionalismo para execução de projeto com sucesso. Amadorismo e boçalidade são escravismo e suicídio em nossa pós-modernidade. A nossa era está bastante carente de mente pensante, de sábia liderança que leve o povo a plenitude da vida.
Vivemos tempos de tremendas transformações. O progresso da ciência e o avanço tecnológico, novidades repentinas na internet, descompromissos de relacionamentos, novos conhecimentos mundiais assustadores sem responsabilidade com a vida ecológica, enfermidades avassaladoras que atinge com rapidez o corpo, a mente e a alma.
Somos impregnados com a cultura do assento e da imagem. Sentar e ver, assistir para que tudo possa entrar em nós e sermos consumidores do hedonismo, narcisismo e relativismo. Mensagem e imagem repetidas demasiadas que adentram seu conteúdo na mente humana. Dependendo do produto, segue as terríveis consequências.
Como fica a Igreja dentro desse contexto? Ela não pode e não deve ficar ela tem que está à frente com abissal meio de solução e salvação.
“Invoca-me e eu te responderei e te anunciarei coisas grandes e inacessíveis, que tu não conhece” (Jr 33, 3). “Quanto a ti, Daniel, guarda isso secreto, e conserva este livro lacrado até o tempo final. Muitos daqueles que a ele recorrerem verão aumentar seu conhecimento” (Dn 12, 4). “Se alguém de vós necessita de sabedoria que vem de cima, é primeiramente pua, depois pacífica, condescendente, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento. O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz” (Tg 1, 5; 3, 17. 18). A sabedoria divina tem seu mecanismo no instrumento humano para resolução dos mais difíceis problemas.

CONCLUSÃO

A célebre escritora Clarice Lispector dizia: “Quando não estou escrevendo, estou morta”. Com tantas atividades no pontificado, Bento XVI não deixou morrer a sua magnífica carreira acadêmica. Sempre teve vida nos seus escritos e na felicidade de suas obras publicadas. A renúncia faz parte dessa vida magistral e silenciosa do místico.
Pelo seu importante trabalho prestado a Santa Igreja e sua amizade profunda com o Papa João Paulo II, os cardeais elegeram o intelectual teólogo Joseph Ratzinger a Papa Bento XVI, no entanto, se via mais o sábio e o gênio teológico na Cátedra de Pedro do que o Sumo Pontífice.
O Papa Bento XVI entrou para história de forma triunfal. Assim como o Concílio Vaticano II foi o maior evento na História da Igreja Católica no século XX, a renúncia de Bento XVI é o maior acontecimento na História da Igreja no século XXI. A era pós-moderna recebe a marca pontifical do teólogo altamente intelectual, do erudito do pensamento filosófico com uma obra arquitetônica para estudos clássicos.
Estudar as suas obras é sinal de sabedoria, de fé ortodoxa e tomar possa da sua riqueza, intelectual e mística. Esse é o patrimônio que Bento XVI deixa para próximas gerações…