A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abriu, no dia 1º de junho, uma série de encontros virtuais com os bispos dos 18 regionais da entidade. Caminhando para a conclusão da agenda, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, avaliou os encontros. Para ele, “foram momentos de comunhão, com a partilha de ricas experiências durante a pandemia”. Nos encontros, foram abordados “os desafios encontrados e as soluções que estão sendo discernidas”.
O primeiro regional a participar desta nova dinâmica de encontro com a Presidência da CNBB foi o Nordeste 4, em 1º de junho. A avaliação dos bispos do Piauí foi de que a videoconferência serviu “como sinal de comunhão e unidade da Igreja no Brasil, bem como sua preocupação e cuidado pastoral com o povo de Deus, especialmente, os mais vulneráveis”.
Dom Joel explicou que devido à impossibilidade de realizar a Assembleia Geral, a Presidência quis manter o contato com os bispos, fazendo uso de uma estrutura importante na vida da CNBB, que são os Regionais. “Utilizou ainda o caminho virtual, vencendo distâncias que, no modo presencial, poderiam dificultar o encontro”, ressaltou.
“São Regionais muito diferentes, pois representam o Brasil com toda a sua variedade de contextos. Há Regionais com grande número de dioceses e bispos e há outros menores. Em todos, o ritmo da reunião foi o mesmo, exatamente para que se pudesse tratar dos mesmos assuntos com o episcopado brasileiro”, observou dom Joel.
Nesse sentido, a Presidência ofereceu uma proposta de pauta, deixando em aberto a cada Regional para decidir que bispos participariam. Segundo dom Joel, na maioria dos Regionais, houve participação massiva dos bispos, com a significativa presença de muitos eméritos. “Alguns bispos não puderam participar em razão do sinal de internet, que, em muitas regiões do Brasil, ainda é muito ruim”, sublinhou.
Temáticas
Cada membro da Presidência da CNBB detalhou um tópico ou um conjunto deles durante os encontros virtuais. O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, apresentou o caminho a ser trilhado para a construção de um novo Estatuto para a Conferência e também falou sobre o tema da 58ª Assembleia Geral – Igreja, casa da Palavra -, além de oficializar o adiamento do encontro anual dos bispos para 2021.
Dom Joel Amado apresentou o quadro geral da vida da CNBB desde o início do plano de contingência, em 20 de março. “Compartilhei informações sobre nosso modo de trabalhar (home-office), a relação com os assessores e colaboradores. Falei ainda das certezas que estamos firmando e dos desafios que nos esperam não para o futuro, mas já agora no presente ainda tão marcado pela pandemia”, partilhou.
O arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, refletiu sobre a conjuntura social e eclesial no Brasil. Já o segundo vice-presidente, o bispo de Roraima (RR), dom Mário Antônio da Silva, conversou sobre a ação emergencial É tempo de cuidar: “Foi uma conversa muito interessante, com a ajuda do mapa interativo. Os bispos puderam ver como estão os lançamentos em suas dioceses”.
Partilha
Os presidentes dos regionais puderam também apresentar um pouco da vida local, com os desafios e preocupações. A Presidência da CNBB aproveitou então para ouvir os bispos. “Cada um compartilha o que acha melhor. Alguns apresentam dúvidas e sugestões, que são acolhidas e, dentro do possível, solucionadas”.
Nova prática
“Este é um caminho que, a meu ver, se firmou como prática na CNBB”, garantiu dom Joel. “Mesmo quando a pandemia sanitária for vencida, será muito mais fácil reunir por videoconferência, em duas ou três horas, podendo, ao final, o bispo já estar em sua residência ou na cúria de sua diocese, sem a necessidade de viajar algumas vezes um dia inteiro para participar de uma reunião de poucas horas e enfrentar a mesma viagem de volta”, avalia.
Em comunicado sobre a reunião realizada no dia 15 de junho, a Presidência do Regional Sul 1 avaliou como “muito positivo o encontro” e constatou que esta modalidade de reunião “não só se faz sempre mais necessária como traz diversos benefícios. Trata-se pois de uma prática cada vez mais incorporada que muito pode auxiliar no propósito de unidade e comunhão e no esforço do episcopado de permanecer unido na reflexão e no enfrentamento dos desafios do momento”.