O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (14/04), na Sala do Consistório, no Vaticano, trinta e cinco membros da Comunidade do Pontifício Colégio Escocês, em Roma, por ocasião do quarto centenário de transformação do instituto num seminário para a formação sacerdotal.
“Este aniversário é rico de significado, não somente pelos muitos anos transcorridos, mas sobretudo porque recordamos a fidelidade dos dezesseis homens que, em 11 de março de 1616, manifestaram sua determinação em retornar à Escócia como sacerdotes a fim de pregar o Evangelho. Aquela decisão nasceu do sangue de um mártir”, disse o Papa em seu discurso.
O martírio de São João Ogilvie, cuja condenação teve como objetivo reduzir ao silêncio a fé católica, foi um incentivo para a sua promoção e a defesa da liberdade da Igreja de permanecer em comunhão com a Sé de Pedro.
“O sim proclamado pelos dezesseis homens quatrocentos anos atrás foi eloquente, não simplesmente por suas boas intenções, mas porque eles perseveraram e se prepararam bem, retornando à Escócia para enfrentar as dificuldades que os esperavam, não obstante isso significasse se tornar mártires. A deles foi uma vida que aspirava àquela alegria e àquela paz que somente Cristo podia oferecer. Olhando vocês hoje, podemos ver que, mediante a graça de Deus o martírio de São João e a coragem dos dezesseis homens deram frutos em sua Pátria amada”, disse Francisco.
O Papa recordou que também nós vivemos em tempos de martírio, numa cultura muitas vezes hostil ao Evangelho. O Santo Padre exortou a Comunidade do Pontifício Colégio Escocês a ter o mesmo espírito de dedicação que tiveram os seus predecessores.
“Amem Jesus acima de todas as coisas! Façam de modo que o seu sim seja marcado pela resolução firme de se doar completamente à formação sacerdotal, de modo que o seus anos em Roma possam preparar vocês para o retorno à Escócia a fim de oferecer plenamente a sua vida. Se vocês tiverem o mesmo ardor de seus irmãos de quatro séculos atrás, o mesmo amor pela Igreja e pela Escócia, vocês farão honra à história e aos sacrifícios que hoje recordamos. Vocês se tornarão em nossos dias um sinal para o povo escocês, especialmente para os jovens, quando os encontrarem na vida cotidiana, quando forem aos que estão distantes de Cristo”.
Mostrem a eles, a cada um e a todos, que Deus está sempre conosco e que a sua misericórdia permanece para sempre.
Neste Jubileu da Misericórdia peço ao Senhor para que lhes dê a coragem e a graça de ser fieis à sua vontade, dedicando-se à oração, amando Jesus especialmente na Eucaristia, e confiando vocês mesmos à proteção de Maria, nossa Mãe.
Fonte: Rádio Vaticano