Vatican News
O Papa Francisco, como bispo de Roma, volta a ordenar sacerdotes para sua diocese. A celebração com o rito da ordenação terá lugar no próximo domingo, Domingo do Bom Pastor, às 9 horas, horário de Roma, com transmissão em português da Rádio Vaticano/Vatican News.
Os nove jovens (e menos jovens) que serão ordenados – entre os quais um brasileiro – preparam-se para este grande momento com um retiro em um Mosteiro. Sua formação foi realizada em seminários da Diocese de Roma.
Seis deles estudaram no Pontifício Seminário Maior Romano: Georg Marius Bogdan, Salvatore Marco Montone, Manuel Secci, Diego Armando Barrera Parra, Salvatore Lucchesi e Giorgio De Iuri.
Dois deles foram formados no Colégio diocesano Redemptoris Mater – Riccardo Cendamo e Samuel Piermarini – e um no Seminário Nossa Senhora do Divino Amor, precisamente o brasileiro Mateus Henrique Ataíde da Cruz.
Mateus nasceu em Afogados da Ingazeira (PE) e mudou-se para Roma há sete anos, para frequentar o Seminário de Nossa Senhora do Divino Amor. “Quando eu tinha 15 anos – contou ele – comecei a trabalhar para um homem idoso, ajudava-o com o computador. No contrato de trabalho estava escrito que todos os dias eu também teria que rezar junto com ele e recitar o Rosário. O que a princípio vi como uma imposição, depois se tornou uma necessidade para mim”.
Originário da Romênia Georg Marius Bogdan, frequentou inicialmente o Pontifício Seminário Menor e depois o Maior. “O meu desejo de ser padre – contou – nasceu ainda criança, quando tinha 9 anos e lia um livro intitulado “Vida de São João Bosco”. Sonhava ser como ele”.
O exemplo de Dom Bosco também foi importante para Salvatore Marco Montone, 32 anos, natural da Calábria, que se mudou para a Cidade Eterna para seus estudos universitários. “Eu nasci no dia da Sexta-feira Santa de 1989, e para o dia do meu batismo, alguns meses mais tarde, haviam acabado as vestes brancas para as crianças. Então, o sacerdote me cobriu com a estola. Eu não me recordo, naturalmente, mas meus pais sempre me contam isso”.
Salvatore passou a infância no Oratório dos salesianos de Spezzano Albanese, e quando chegou a Roma encontrou alojamento na residência universitária salesiana da Paróquia de São João Bosco. “Aqui, uma noite – recorda ele -, durante a Adoração Eucarística na Igreja, manifestou-se o chamado do Senhor”.
Para o futuro sacerdote, foram particularmente importantes, durante os anos passados no instituto de formação de Piazza San Giovanni, as experiências de serviço junto à Caritas diocesana: “Eu realmente experimentei aquela “igreja de hospital de campanha” de que nos fala o Papa Francisco, e de alguma forma fui as mãos da Igreja de Roma que se estenderam para os mais pobres. Eu nunca vivi isso como um sacrifício, mas como parte integrante do meu ser sacerdote”.
Palavras semelhantes vem de Diego Armando Barrera Parra, colombiano de 27 anos: “Assim que terminei o ensino médio, na Colômbia, fui voluntário em uma prisão juvenil e em uma fundação para viciados em drogas. Ali nasceu meu desejo de poder ajudar e servir aos outros para sempre”.
O mais jovem dos nove diáconos é Manuel Secci, 26 anos, romano, criado em Torre Ângela, na Paróquia dos Santos Simão e Judas Tadeu, “onde o sentido de comunidade e as belas experiências – recorda ele – alimentaram a minha vocação”.
Salvatore Lucchesi, siciliano de 43 anos, também estudou no Seminário Maior. A sua, é uma vocação tardia: “Dou graças a Deus com a minha vida por toda a misericórdia que teve por mim”.
Saindo de Bríndisi, sul da Itália, e vindo para Roma aos 29 anos para estudar Medicina, Giorgio De Iuri conta: “O desejo da vocação nasceu em mim quando eu tinha cerca de 15 anos, mas eu tinha deixado isso um pouco de lado. Então despertou novamente nos primeiros anos em que vivi aqui em Roma como estudante de fora, graças ao acolhimento que recebi na Paróquia de Santa Galla. Na oração – acrescenta – eu fiz experiência direta do fato de que o Senhor estava ali e não me pedia nada. Esta é a graça, o amor gratuito do Senhor”.
Riccardo Cendamo, do Redemptoris Mater, na casa dos quarenta anos, sonhava em ser diretor, e o foi por alguns anos. Mas então percebeu que esse não era o seu caminho. “Se eu olhar para trás agora, percebo que sempre existiu o chamado para a vocação sacerdotal, e esse amor teve que amadurecer”.
Já Samuel Piermarini, apaixonado por futebol, tem 28 anos, é o último de quatro irmãos e filho de um jornalista da redação italiana do Vatican News. “Tinha um bom nível de jogo, e o time do Roma chamou-me para um teste – recorda com um sorriso -. No final do treino Stramaccioni me chamou e disse: “Então Piermarini, você pode assinar com a gente!”. Mas eu respondi que não sentia isso”. Assim, acabou ingressando no Redemptoris Mater. Por fim, neste domingo, a ordenação presbiteral: “Mal posso esperar!”
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