“Ofereço a minha casa no Vaticano para hospedar este encontro de oração”, disse o Santo Padre
O briefing desta manhã na Sala de Imprensa da Santa Sé teve como tema a iniciativa “Invocação da Paz”, para a qual o Papa Francisco ofereceu o Vaticano, convidando os presidentes Shimon Peres e Mahmoud Abbas para juntos invocarem a paz. O evento acontecerá na tarde do próximo domingo, 8 de junho.
Durante a viagem à Terra Santa, o Papa fez o seguinte convite: “Desejo fazer um convite a Vossa Excelência, Senhor Presidente, e ao Senhor Presidente Mahmoud Abbas para elevarem, juntamente comigo, uma intensa oração, implorando de Deus o dom da paz. Ofereço a minha casa, no Vaticano, para hospedar este encontro de oração. Todos desejamos a paz; tantas pessoas a constroem dia a dia com pequenos gestos; muitos sofrem e suportam pacientemente a fadiga de tantas tentativas para a construir. E todos – especialmente aqueles que estão colocados ao serviço do seu próprio povo – temos o dever de nos fazer instrumentos e construtores de paz, antes de mais nada na oração. Construir a paz é difícil, mas viver sem paz é um tormento. Todos os homens e mulheres desta Terra e do mundo inteiro pedem-nos para levarmos à presença de Deus a sua ardente aspiração pela paz”.
O evento terá início na tarde deste domingo, 8 de junho, com a chegada dos presidentes, e logo em seguida do Patriarca Ecumênico Bartolomeu, que já se encontra em Roma. O momento de oração acontecerá nos Jardins Vaticanos, exatamente num gramado triangular localizado entre a Casina Pio IV, a Academia das Ciências e os Museus Vaticanos. Este triângulo se encontra direcionado a cúpula da Basílica de São Pedro.
As delegações e os músicos estarão presentes. O Papa ficará entre os dois presidentes, Peres e Abbas. Após a abertura musical, acontecerão os momentos em ordem cronológica, de acordo com as religiões. Ou seja, inicia-se com o momento judaico, depois o cristão e logo em seguida o muçulmano.
No início, as orações serão de agradecimento pela Criação, depois um momento de pedido de perdão e logo em seguida a invocação pela paz. Nos três momentos, as três religiões rezarão unidas.
O gesto de paz provavelmente será o aperto de mão entre eles, mas também plantarão uma oliveira, gesto habitual nestes momentos em que se reza ou se realiza um encontro pela paz.
“É um momento de invocação, de oração, mas sobretudo de invocação a Deus pelo dom da paz. É uma pausa em relação à política: o Papa não quer entrar em questões políticas do conflito entre Israel e a Palestina, que todos conhecem. A política tem suas dinâmicas, os seus tempos, os seus respiros; o desejo do Papa é de levantar o olhar e ir um pouco além do aspecto político, convidando também os políticos a fazerem uma pausa”, disse o Pe. Pizzaballa, custódio da Terra Santa, também presente no briefing desta manhã.
“Naturalmente, ninguém tem a presunção de acreditar que depois deste evento a paz acontecerá na Terra Santa, mas a intenção e a ideia é fazer um gesto forte como este para levar ao âmbito da discussão política também este respiro amplo, de visão do alto e para o alto. Também para ter um impacto sobre a opinião pública. A paz não se constrói apenas nas salas da política, mas também com o consentimento popular”, completou Pizzaballa.
“Não é um encontro de oração inter-religioso, é um encontro de invocação pela paz dos povos palestino e israelense, que são compostos por judeus, cristãos e muçulmanos. Se a oração é diferente, do ponto de vista das comunidades de fé, a intenção é que os dois países, representados pelos dois presidentes, se unam em oração”, concluiu o custódio.
Fonte: aleteia