Ele mesmo deu a notícia, com sua característica naturalidade (e usando-a como ilustração para um importante conceito espiritual)
Com a sua simplicidade e espontaneidade mundialmente famosas, o Papa Francisco gosta de traçar relações entre a vida espiritual e as realidades humanas do dia-a-dia – afinal, é justamente no cotidiano que mais nos custa enxergar e contemplar as manifestações de Deus na prática.
E foi para ilustrar a nossa dificuldade de enxergar espiritualmente que ele comentou, de passagem, sobre um problema pessoal e natural de visão, que afeta milhões e milhões dos nossos irmãos:
“Na minha idade, surgem cataratas e, por isso, não conseguimos mesmo ver a realidade. No ano que vem eu vou ter que fazer a cirurgia”.
O comentário informal surgiu na Celebração da Ceia do Senhor, nesta Quinta-feira Santa, no presídio romano Regina Pacis, situado perto do Vaticano.
Foi lá que o Papa Francisco realizou o tradicional lava-pés. Mais uma vez, ele escolheu lavar os pés de pessoas que simbolizam o lema do seu pontificado, focado na misericórdia, na conversão do coração e no acolhimento dos nossos irmãos relegados às periferias da existência, sejam eles filhos pródigos ou aparentes “desconhecidos”.
As doze pessoas escolhidas eram presidiários de diferentes nacionalidades e religiões: quatro da Itália, dois de Marrocos, dois das Filipinas, um de Moldova, um da Colômbia, um da Nigéria e um de Serra Leoa. Desse grupo, oito eram católicos, dois muçulmanos, um ortodoxo e o outro budista.
Completando o paralelo entre a fraqueza de visão espiritual e a fraqueza da visão física, o Papa comentou:
“Assim acontece com a alma: o cansaço, as desilusões… Nunca se cansem de renovar o seu olhar, de submeter a alma à cirurgia diária dessas cataratas! É um belo esforço!”
Fonte: Aleteia