Neste último período do tempo do Advento, confiemos nossa vida à materna intercessão da Virgem Maria. Ela é “causa da nossa alegria, não somente porque gerou Jesus, mas porque nos envia continuamente a Ele”.
Silvonei José – Cidade do Vaticano
A alegria do cristão “não se compra”, jamais devemos perdê-la, mesmo quando as coisas não acontecem, segundo os nossos desejos. Este o encorajamento do Papa Francisco durante a oração do Angelus neste domingo, 17 de dezembro, dia em que Bergoglio comemora 81 anos de vida.
O Santo Padre assomando à janela do apartamento pontifício do Palácio Apostólico do Vaticano para recitar o Angelus com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro e com as crianças com seus Meninos Jesus que aclamam “Papa Francisco”, falou do terceiro domingo de Advento, chamado ‘Domingo da alegria’.
“Queridos irmãos e irmãs – disse Francisco – a liturgia nos convida a colher o espírito com que tudo isso acontece, isto é, precisamente, a alegria. São Paulo nos convida
a preparar a vinda do Senhor assumindo três atitudes: a alegria constante, oração perseverante e a contínua ação de graças”.
O Papa se detém sobre a primeira atitude: “Vivam sempre contentes”, exorta o apóstolo. Vale dizer, permanecer sempre na alegria, mesmo quando as coisas não acontecem segundo os nossos desejos. Mas há a alegria profunda que é a paz, e a paz é uma alegria.
“As angústias, as dificuldades e os sofrimentos atravessam a vida de cada um, e tantas vezes a realidade que nos circunda parece ser inóspita e árida, semelhante a um deserto no qual ecoava a voz de João Batista, como recorda o Evangelho de hoje”.
Mas precisamente as palavras do Batista revelam que a nossa alegria baseia-se na certeza de que este deserto é habitado.
“No meio de vocês está quem vocês não conhecem”, diz. Trata-se de Jesus, o enviado do Pai que vem, como sublinha Isaías, “a trazer a boa nova aos humildes, a curar os corações doloridos, a anunciar a liberdade dos escravos, a libertação dos prisioneiros, a proclamar um ano de graças do Senhor’.
“Estas palavras, que Jesus fará suas no discurso na sinagoga de Nazaré, – explica o Papa – esclarecem que a sua missão no mundo consiste na libertação do pecado e das escravidões pessoais e sociais que ele produz. Ele veio sobre a terra para restituir aos homens a dignidade e a liberdade de filhos de Deus, que somente Ele pode comunicar”.
A segunda atitude se baseia na oração perseverante.
“Por meio da oração, – observa o Papa -, podemos entrar em uma relação estável com Deus, que é a fonte da verdadeira alegria. A alegria do cristão não se compra, vem da fé e do encontro com Jesus Cristo, razão da nossa felicidade. Quanto mais estivermos arraigados em Cristo, tanto mais encontraremos a serenidade interior, mesmo em meio às contradições cotidianas”.
Por isto o cristão, – continuou Francisco – “tendo encontrado Jesus, não pode ser um profeta da desventura, mas uma testemunha e um arauto da alegria. Uma alegria a ser compartilhada com os outros; uma alegria contagiosa que torna menos cansativo o caminho da vida”.
A terceira atitude indicada por Paulo – disse Bergoglio – é a contínua ação de graças, ou seja, o amor agradecido a Deus.
“Ele, de fato, é muito generoso para conosco, e nós somos convidados a reconhecer sempre seus benefícios, o seu amor misericordioso, a sua paciência e bondade, vivendo assim em um incessante agradecimento”.
“Alegria, oração e gratidão são três comportamentos que nos preparam a viver o Natal de modo autêntico”. Neste último período do tempo do Advento, confiemos nossa vida à materna intercessão da Virgem Maria. Ela é “causa da nossa alegria, não somente porque gerou Jesus, mas porque nos envia continuamente a Ele”.
O Papa concluiu exortando os fiéis presentes na Praça: “Vamos repetir todos juntos: alegria, oração e ação de graças”.
Fonte: Rádio Vaticano