Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
Ao menos 70 mortos, dezenas os desaparecidos. Na última quinta-feira, novo naufrágio no Mar Mediterrâneo, que se tornou um “grande cemitério”, como disse o Papa em setembro de 2016. Após rezar o Angelus, o Santo Padre demonstrou sua dor por mais esta tragédia e convidou os presentes na Praça São Pedro a rezarem “pelas vítimas e por suas famílias”:
“Soube com dor da notícia do dramático naufrágio, ocorrido nos últimos dias nas águas do Mediterrâneo, em que perderam a vida dezenas de migrantes, incluindo mulheres e crianças. Renovo um apelo sincero para que a comunidade internacional aja com prontidão e decisão, para evitar o repetir-se de tragédias similares e garantir a segurança e a dignidade de todos. Convido vocês a rezar juntos comigo pelas vítimas e por suas famílias. E também do coração perguntar: “Pai, por que?”. (silêncio)
O trágico naufrágio ocorreu na última quinta-feira, quando dois barcos com cerca de 300 pessoas a bordo, naufragaram nas proximidades de Khoms, costa da Líbia, cerca de 120 km de Trípoli. Morreram ao menos 70 pessoas e dezenas estão desaparecidas. Os sobreviventes foram resgatados principalmente por barcos de pescadores, recebendo atendimento médico oferecido por ONGs na costa líbica.
Segundo Filippo Grandi, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR), trata-se da pior tragédia deste ano no Mediterrâneo. Ele fez um apelo para que seja “retomado o resgate de pessoas no mar, se acabe com a detenção de refugiados e migrantes na Líbia e que seja aumentado o número de itinerários seguros fora da Líbia”.
Estas medidas, defende Filippo, “devem ser colocadas em ação agora, antes que seja tarde demais para muitas pessoas desesperadas”.