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domingo, 6 abril, 2025.
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Padre italiano é raptado por islamitas Fulani no Níger

“O fato de agora atacarem pela primeira vez um padre católico mostra que não há mais limites para a violência”

O padre italiano Pierluigi Maccalli foi sequestrado nesta segunda-feira, 17 de setembro, na missão onde trabalhava. O sequestro ocorreu a cerca de 125 km da capital do Níger, em Niamey. “Foi um ataque rápido e coordenado. Os sequestradores estavam familiarizados com os movimentos do Padre Pierluigi e o escolherem como vítima”, informou à ACN o Padre Mauro Armanino (da Sociedade das Missões Africanas – SMA, no Níger).

Além disso, foi um ataque bem planejado que ocorreu em questão de minutos. Segundo seu confrade indiano,  padre Armanino, que trabalha na mesma missão junto com o padre Maccalli: “Segunda-feira à noite, o padre John chegou aqui na nossa sede regional, em Niamey, visivelmente traumatizado”, disse à Fundação Pontifícia ACN. “Ele mesmo mora em outra pequena sala, a poucos metros do padre Pierluigi; ademais, contou-nos como os sequestradores simplesmente bateram na porta, agarraram o padre e depois voltaram a disparar tiros no ar. Pelo caminho que fizeram, ficou claro que o alvo era o padre europeu; senão não deixariam seu confrade indiano para trás”, acrescentou. Ademais, o padre Pierluigi acabara de voltar de um período de descanso na Itália. “Eu mesmo fui encontrá-lo no aeroporto no último sábado. Os sequestradores deviam saber disso, e por isso agiram. Infelizmente, as autoridades não fizeram nada a respeito; embora soubessem da presença desses grupos armados na área”, disse.

De acordo com o padre Armanino, um possível motivo para o sequestro seria a tentativa de atrair a atenção da mídia internacional.  a probabilidade de um pedido de resgate ainda não conhecido; afinal, o desejo é assustar a comunidade cristã em uma das pequenas áreas do Níger em que o cristianismo é a fé da maioria. “O fato de agora atacarem pela primeira vez um padre católico mostra que não há mais limites para a violência”, analisou o sacerdote.

Um fato corroborou com da tese de um ataque anticristão; outro pequeno grupo de criminosos atacou em seguida, o convento das Irmãs Franciscanas de Maria. Felizmente, as irmãs conseguiram escapar, fugindo ou se escondendo dentro de casa. “Na verdade, foram eles que nos forneceram informações importantes sobre os agressores, que falavam na língua do grupo étnico Peul, enquanto saqueavam o convento”, explicou Pe. Armanino. Peul é o nome francês usado para descrever os membros da tribo Fulani, no Níger. Consequentemente, é provável que o padre Pierluigi esteja nas mãos dos mesmos pastores islamitas que assassinaram milhares de pessoas na vizinha Nigéria, onde lançaram numerosos ataques contra aldeias cristãs e até assassinaram dois padres em abril deste ano.

Seu confrade, padre Armanino, disse à ACN:

“Se eles chegarem ao Mali, temo que ele seja mantido preso por muito tempo, assim como ocorreu com a irmã Gloria”

O Padre Armanino ainda explicou que, no momento, acredita-se que os sequestradores ainda não conseguiram transferir seu refém para Burkina Faso; afinal, a fronteira próxima é rigorosamente patrulhada. Portanto, acredita-se que o padre Pierluigi ainda esteja no Níger; no entanto, o medo é que seus sequestradores possam chegar ao Mali, onde têm mais apoio. “O grupo que sequestrou Pierluigi era pequeno. Porém, se conseguirem chegar ao Mali, a situação será muito pior para o nosso confrade, pois há muitos outros membros da comunidade Fulani lá que dariam apoio a estes sequestradores. Foi no Mali, é claro, que a religiosa colombiana, Irmã Gloria Cecilia Narvaez Argoti, foi raptada em fevereiro de 2017, e ela ainda está sendo mantida prisioneira até hoje. Portanto, temos medo de que o sequestro do Padre Pierluigi também possa se prolongar por muito tempo”, finalizou.

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