No dia 1º de julho, quinta-feira passada, o Papa Francisco convidou os líderes religiosos presentes no Líbano para um momento da Oração Ecumênica pela paz naquele país. Além de ser marcado por diversos atos de violência e guerras, o Líbano também sofreu muito com a pandemia da Covid-19. Diante desse cenário em que se encontra aquele país, o Papa achou por bem promover esse momento no início do mês de julho, convidando aos cristãos do mundo inteiro a voltar os olhos para esse povo sofrido.
O dia de orações pelo Líbano foi criado no ano passado pelo Papa Francisco, após a explosão de uma área do porto de Beirute, em 4 de agosto, que provocou a morte de cerca de 220 pessoas e deixou mais de sete mil feridos, além de danos estruturais de mais de US$ 15 bilhões. Após o incidente, o país ficou sem governo e, após tentativas frustradas, Saad Hariri foi reconduzido ao cargo de primeiro-ministro. Mas a situação continua instável.
Por diversas vezes, o Papa Francisco mostrou o desejo de visitar o país, mas a pandemia da Covid-19 não permitiu ainda o deslocamento por questões sanitárias, mas tão logo a pandemia cessar, Francisco pretende visitar o país.
Na oração do Angelus na última terça-feira (29), na Praça de São Pedro, o Papa convidou os fiéis ali presentes para que se reunissem ali novamente, na quinta-feira, dia 1º, para se unirem em oração por aquela nação. O Papa aproveita a oportunidade em que os líderes das Igrejas presentes no Líbano estavam no Vaticano para rezar, dialogar e refletir sobre o futuro daquela terra.
O Papa cita um trecho do livro de Jeremias para convidar a todos os fiéis a rezarem pelo Líbano. Ele pede que todos os fiéis se unam espiritualmente a ele e aos religiosos presentes no país dos cedros, para que possa ser construída uma cultura de paz. Que todos que moram lá naquelas terras possam se encher de esperança de que brevemente atravessarão aquela grave crise em que o país se encontra. “O Senhor Deus tem planos de paz” (Jr 29,11).
Essa quinta-feira, além de ser marcada pela oração pedindo a paz no Líbano, teve outras ações bem significativas. Começando com a procissão do Papa Francisco em direção à Basílica de São Pedro, junto a representantes da Igreja Ortodoxa e Católica, presentes com diferentes ritos e tradições e de várias comunidades eclesiais nascidas da reforma. O Papa, junto com todos eles, desceram os degraus da confissão do apóstolo Pedro e cada um colocou uma vela como sinal da oração, pedindo a intercessão do apóstolo por todos os povos, em especial, o Líbano. Que por meio dessa vela acesa que representa a Luz de Cristo, o mundo possa ser iluminado pela paz que só Ele é capaz de oferecer.
Após esse momento, houve uma mesa redonda moderada pelo núncio apostólico Joseph Spiteri, com os dez líderes das comunidades cristãs. No final do dia houve uma oração ecumênica na Basílica, incluindo algumas passagens da Palavra de Deus, alternadas com orações e cantos das diferentes tradições rituais presentes no Líbano, como textos em árabe, aramaico, siríaco, armênio e caldeu, além do italiano. Ao término da celebração, alguns jovens entregaram lâmpadas acesas que foram colocadas num candelabro. Essas lâmpadas acesas são um sinal da esperança de paz e que através dos mais jovens essa paz poderá ser semeada. A nova geração, a partir dos mais jovens, são a esperança do mundo rumo à construção do caminho de paz.
A Igreja deve atender o pedido de Jesus, de levar a paz a todos os povos, e deve ser sinal de esperança para todos os povos. A Igreja reza e envia missionários ao Líbano para que, através do anúncio do evangelho de Jesus Cristo, possa-se ser implantado um reino de amor e de paz como era o seu desejo.
Rezemos pela paz no Líbano, pela paz na Síria e em todos os lugares que necessitam de paz e amor. Rezemos, ainda, pelo fim da pandemia da Covid-19, que todas as pessoas possam ser vacinadas o mais breve possível e essa doença, erradicada. Que Deus conforte o coração de todas as famílias que perderam os seus entes queridos e lhes dê o conforto da fé.
Que Deus abençoe todos os povos da terra e que o Espírito Santo infunda em todas as pessoas do mundo o desejo da paz. Que todos os povos da terra se unam num único desejo, que é amar o próximo com a si mesmos. Amém.
