Através dos tempos ecoam as palavras de Jesus sobre a carência de operários e de operárias para a sua seara: “A messe é abundante, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para sua messe”. Ante a necessidade imperiosa da evangelização e a falta de operários o Mestre divino aponta uma solução que é o pedido a Deus feito com insistência e perseverança. Orar pelas vocações sacerdotais, religiosas e de leigos devotados à catequese e a outras atividades pastorais, visando a expansão do Evangelho. Trata-se de solicitar ao Senhor Onipotente que numerosos sejam os que, fascinados pelo Verbo de Deus, se entreguem a um trabalho constante pela difusão da Verdade que guia e regenera. Prece confiante desejando a gloria de Deus e o bem das almas. Empenho perseverante a favor do projeto universal da salvação daqueles pelos quais Cristo se sacrificou. A ordem do Mestre divino é sumamente pedagógica, porque quem eleva aos céus preces ardentes pelo crescimento do trabalho evangelizador, na medida de suas possibilidades, também tudo fará para tão nobre causa. Todo batizado deve ser um apóstolo pela palavra, pelo exemplo e na insistência contida na oração que Jesus ensinou: “Venha a nós o vosso reino”. Diante da penúria do número de sacerdotes pedir para que Deus faça crescer o desejo do serviço numa vida inteiramente devotada à evangelização é estar consciente de que esta missão específica é imprescindível. A desproporção entre a imensidade do trabalho missionário coordenado pelos bispos e padres não deve causar pânico, dado que pelas orações elevadas até o trono divino nunca faltarão pessoas disponíveis que se entreguem a tarefa tão necessária. Assim sendo, a oração pelas vocações sacerdotais não pode nunca ser um momento passageiro, apenas um anelo vazio, mas deve ser uma dimensão da prece da Igreja que comunitariamente implora vocações ao Senhor da messe. Isto porque o apostolado dos leigos se conjuga com o desempenho daqueles que se devotam unicamente à expansão da Palavra divina, sobretudo através do culto eucarístico. Isto é tanto mais necessário no contexto histórico atual, diante das sociedades pluralistas a exigirem sempre novas estratégias pastorais e a ajuda persistente dos fiéis neste empenho evangelizador da Igreja. Cada batizado então com suas forças, fraquezas e convicções faz parte do grande exército de Cristo Redentor da humanidade. É que muitas vezes lá onde há necessidade do anúncio do Evangelho em determinados momentos será a ação oportuna de quem vive o seu batismo que poderá trazer os que se acham longe da Igreja para encontrarem o caminho da fé. A obra de Deus é complexa, aparentemente acima das forças humanas, mas maravilhosamente age por toda a parte. Comunidades de irmãos e irmãs atentos uns aos outros, anunciadores infatigáveis do Evangelho e do mesmo Espírito de amor que deseja o bem espiritual de todos que estão à sua volta. Operários da Messe repletos de otimismo, levando a paz por toda parte. A paz messiânica que cada um recebeu no seu batismo e no sacramento da crisma, irradiando a alegria do coração, assegurando a todos o amor e a misericórdia do Senhor. É assim que o Reino de Deus se revela presente no meio das comunidades. Trabalho exigente, mas marcado pela certeza da felicidade de ser servos de Deus na dilatação da verdade e do bem. Ação preciosa de cada um de acordo com os carismas recebidos do céu pode transformar, libertar os que se deixam enganar pelas ilusões terrenas. Como dizia Elizabeth Leseur, “nós não sabemos o bem que fazemos quando fazemos o bem”. É que Deus multiplica os efeitos de toda boa ação. Nada, portanto, mais necessário do que cultivar a serenidade dentro de si mesmo para desejá-la efetivamente aos outros como ordenou Jesus: “Paz a esta casa”. Eis aí a valia do apostolado orientado nas Paróquias pelos Párocos que têm a graça específica de guiar o rebanho de Cristo, ajudados por outros sacerdotes seus colaboradores e pelos s cristãos devotados à causa do Evangelho. O Papa São Paulo VI no Decreto Apostolicam Actuositatem sobre o apostolado dos leigos assim se expressou: “Os nossos tempos, porém, não exigem um menor zelo dos leigos; mais ainda, as condições atuais exigem deles absolutamente um apostolado cada vez mais intenso e mais universal. Com efeito, o aumento crescente da população, o progresso da ciência e da técnica, as relações mais estreitas entre os homens, não só dilataram imenso os campos do apostolado dos leigos, em grande parte acessíveis só a eles, mas também suscitaram novos problemas que reclamam a sua atenção interessada e o seu esforço.”. O Evangelho de hoje vem então recordar a responsabilidade de todos, clero e fieis, diante do serviço da evangelização. É belo ser apóstolo.