Texto referencial: “Maria, contudo, conservava, cuidadosamente, todas essas coisas em seu coração.” (Lc 2, 19)
No Natal celebramos o nascimento do Salvador prometido: o Verbo encarnado. Nunca entenderemos, exaustivamente, essa verdade ou mistério, mas podemos aprofundá-lo, sempre mais. Aliás, isto é bem necessário. Nosso Deus ama os que criou. Quando estes se afastaram Dele, pelo pecado, Ele foi ao seu encontro: simples, pobre, desarmado, amoroso. No seu nascimento, não houve aparato diplomático. Os grandes e poderosos, estavam, simplesmente ausentes, e o pessoal no templo manteve distância. O Messias, na opinião deles, seria bem diferente: poderoso, majestoso. Quem, então, estava presente? José e Maria, a mãe; bem como os pastores, pessoal sem boa reputação: não podiam, nem mesmo, ser testemunhas oficiais. Por que nós somos tão complicados e exigentes? Por quê? Porque ainda, não aprendemos a lição do presépio.
A Igreja quer abrir o novo ano, sob os auspícios de Maria: a Mãe de Deus. Esta verdade, defendida bem cedo pela teologia cristã, antes de muitas verdades que constam na cristologia ou pneumatologia. A Igreja endeusa Maria? Não. Certissimamente, não. O culto latrêutico é dirigido ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Maria é criatura: a melhor, a mais santa, ela é a mãe do Redentor. A ela é dirigida uma forma especial de culto: o de hiperdulia, enquanto se trata da Mãe de Deus, do Deus da paz. Como precisamos, em nossos dias, da paz! Esta não é, somente, ausência de guerra, mas ação de Deus, fraternidade, solidariedade e justiça entre as nações. Infelizmente, no coração da humanidade, há demasiada ganância, arrogância, prepotência: vemos atentados à vida, abortos acontecendo. Ainda não aprendemos a lição do natal de Jesus, nem a grandeza de sua mãe, Maria. Possa então, 2024, tornar-se uma verdadeira tentativa de melhor convivência política, internacional e nacional, mais autêntica, mais justa: menos canhoes e mais pão para os famintos.
Mas, felizmente, podemos aprender: educarmos, ou seja, formarmos. A formação é arte sublime e necessária. Deve abranger o homem todo e todos os homens. Repito: é preciso, portanto, investir em nós, pessoalmente, e os governos deveriam tornar esta (formação), uma necessidade ampla, profunda, integral e axiológica. Os animais se dirigem pelo instinto. Os homens pela razão: o amor. É, por isso, necessário, cultivar, também, o caráter. Somos limitados: bastante frágeis no início da vida, e no fim dela, podemos precisar dos outros, entre os dois extremos, devemos assumir nossa educação, introjetando amor, sem esquecer o culto a Deus, infinitamente amoroso, mas, também, justo, teológica e filosoficamente falando. Na vida, não basta ter, é preciso ser. Ser mais. 3.1: O papa fala, também, da paz: dom de Deus e aquisição nossa. Jesus falou muito da paz e, depois da ressurreição, aparecendo aos seus, saudou-os, dizendo: “a paz esteja convosco.” Os Evangelhos, mesmo apresentando, os justos limites nossos, e a consequente, necessária prestação de contas, será sempre o Evangelho do amor, da paz e da salvação. O papa recorda, ainda, em sua bela mensagem, de primeiro de janeiro de 2024, a necessária, ação de graças, pelo ano que passou. De minha parte, acrescento eu: feliz e abençoado ano de 2024, com saúde e paz para todos(as).