A ressurreição de Jesus é celebrada pela Igreja Católica até o próximo domingo, 16 de abril. É a chamada oitava de Páscoa, ou seja, os primeiros oito dias que são reservados de modo especial para celebrar solenemente a Ressurreição de Cristo.
De acordo com a Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a oitava da Páscoa é, portanto, os primeiros oito dias do Tempo Pascal, iniciados no domingo após a Vigília da Ressurreição. Neste período, a Igreja proclama solenemente que: “este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos” (Sl 118, 24).
Para celebrar este tempo, o bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado gravou uma mensagem, em nome da presidência da CNBB, em que faz votos que a alegria da ressurreição chegue a todas das famílias mostrando que a dor, a cruz e o sofrimento não têm a última palavra.
“O Senhor venceu a morte, seu maior, o último de todos os inimigos, a morte foi vencida, porque não, na força do Senhor e unidos cada vez mais, enfrentamos a morte e suas consequências, nos comprometemos pela vida paz, trabalhamos pela paz, numa profunda esperança que se alimenta da fé”, destacou.
A Oitava Pascal traz para o centro da celebração da Igreja o mistério da Ressurreição de Jesus Cristo e na dimensão catequética/litúrgica faz a comunidade perceber que a Páscoa de Jesus continua na ação da Igreja. Segundo a comissão para Doutrina da Fé da CNBB, é um tempo para que, “se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são do alto (cf. Col 3,1), onde o Cristo está sentado à direita de Deus: tende gosto pelas coisas do alto, aleluia!”, como afirma a antífona de comunhão da terça-feira da oitava da Páscoa.
Após essa Oitava de Páscoa, a Igreja continua vivendo o Tempo Pascal até o domingo de Pentecostes que acontece cinquenta dias após a celebração da ressurreição de cristo. Este ano será celebrado dia 28 de maio.
História
Acredita-se que a prática das oitavas remontam, no mínimo, ao começo do século IV, e mesmo até à segunda metade do século III, como é fácil de deduzir das homilias descobertas de Astério Sofita sobre os salmos. Astério chama o dia da oitava de “segundo ‘oitavo dia’”. Especula-se que foram introduzidas pela primeira vez por Constantino I, por conta da festa de dedicação das basílicas de Jerusalém e Tiro, que duraram oito dias. Depois disso, festas litúrgicas anuais passaram a ser observadas na forma de oitavas. Atualmente temos duas oitavas: a da Páscoa e a de Natal (já foram muitas, de tantas dividiam-se inclusive por categorias).
Também antigamente os que eram batizados na Vigília portavam a veste branca durante toda oitava, retirando-a somente no domingo seguinte, o chamado Domingo in albis (em branco). Hoje o Domingo que conclui a oitava é o da Divina Misericórdia. Atente-se também que as antigas fontes batismais e tumbas cristãs tinham a forma de octógonos. O oitavo dia é o primeiro dia, o dia do Ressuscitado, no qual os que foram batizados tomaram parte.
Veja a mensagem na íntegra: