O sacramento da unção dos enfermos é um excelente “remédio” porque tem muitos benefícios e nenhum efeito colateral. Mas é realmente eficaz?
Já se atreveu a falar sobre o sacramento da unção dos enfermos à uma pessoa do seu ambiente que sofre de uma doença grave? E se a nova evangelização passasse principalmente por esse tipo de proposição às vezes esquecida? No entanto, vamos confessar, a parte do sacramento da unção dos enfermos no ministério sacerdotal não é a que mais ocupa o tempo hoje em dia.
No entanto, este sacramento nos fala muito e nos faz viver o mistério pascal e a presença salvífica de Cristo! Talvez devamos ter clareza sobre este sacramento nos momentos mais lúcidos de nossas vidas para não termos que pedi-lo no meio de um sofrimento.
E este momento não é apenas o da perspectiva da morte certa. A unção dos enfermos, que é uma das formas deste sacramento, pode ser experimentada em qualquer momento crítico de uma doença grave. Mas, o que podemos falar da sua eficácia?
Como é medida a eficácia do sacramento da unção dos enfermos?
Quando falamos em eficácia, frequentemente falamos a partir dos caminhos do mundo, o da utilidade imediata, determinada de antemão. O sacramento da unção dos enfermos, como todos os sacramentos, nos convida a uma mudança profunda. É a eficácia da livre iniciativa de Deus que está em questão. Vivenciando a expropriação de nós mesmos para acolher o dom gratuito de Deus. Ir do nosso desejo de cura para o desejo de Deus, o de nossa salvação. Para passar da posse de nossa própria vida à de uma filiação com respeito ao Pai que nos deu a vida. É nessas mudanças que poderíamos medir a eficácia do sacramento da unção dos enfermos e suas consequências. Acolher uma paz profunda, a de saber que somos acompanhados, amados, escolhidos, sem determinar de antemão o caminho desta paz e deste amor renovado.
O sacramento é eficaz quando faz o que diz. É o que ele anuncia: “Por esta santa unção e pela sua benigna misericórdia, o Senhor vos ajude com a graça do Espírito Santo, para que, livre de vossos pecados, vos dê a salvação e vos console na vossa doença”. Fala-nos de uma união consoladora com o Senhor que, para a nossa salvação, viveu a passagem pela Paixão. Fala-nos da libertação da prisão do pecado que nos atrai de volta para nós mesmos. Fala-nos de uma nova dimensão da vida: escolher a luta contra a doença sem prever o seu fruto, mas aberta ao horizonte da salvação de Deus.
O Concílio de Florença afirma que o efeito deste sacramento é “a saúde da alma e, conforme apropriado [para a alma], também a do próprio corpo”. Portanto, trata-se de tomar a decisão de nos colocar sob a amorosa vontade de Deus. E é também com o amor de nós mesmos, desde a nossa fragilidade, através do amor infinito de Deus, que poderíamos medir a eficácia do sacramento da unção dos enfermos!
Padre Marc Fassier