O pastor supremo da Igreja

    Como Vigário de Cristo e cabeça visível de toda a Igreja desempenha sobre ela o primado e o magistério supremo. O Papa é o Chefe do Colégio Episcopal e, em comunhão com ele, os bispos governam a Igreja, no liame do amor e da unidade. Grande é a felicidade de pertencer à única Igreja de Cristo, Igreja santa, católica e apostólica. O Papa emérito Bento XVI, numa de suas homilias, mostrou que a universalidade desta igreja não é um fruto da agregação sucessiva de diferentes comunidades. Desde o primeiro instante, com efeito, ensina o douto Pontífice, “o Espírito Santo a criou como Igreja de todos os povos e ela abraça o mundo inteiro, ultrapassando todas as fronteiras de raça, de classe, de nação; ela abate todas as barreiras e une os homens na fé do Deus uno e Trino”. É por esta Igreja que os cristãos chegam ao conhecimento verdadeiro e total de Jesus Cristo. Através dela o Evangelho é difundido pelos séculos afora sem deturpações e levando a todos exatamente o que o Mestre divino ensinou. Nesta Igreja, Cristo por meio dos sacramentos não cessa de santificar seus seguidores, fortalecendo-os, purificando-os e os conduzindo nas sendas seguras da Verdade. Como frisou o Papa São João XXIII ela é “Mãe e Mestra”. À frente dela o Papa zela pela ortodoxia, combatendo sempre os erros e heresias que vão surgindo através dos tempos. Daí a gratidão profunda para com o sucessor de São Pedro. São felizes os católicos por pertencer a esta grande família que se acha espalhada por todos os continentes. A obediência que se devota ao legítimo sucessor de São Pedro é um dos vínculos desta união da grande família de Cristo. O fundamento deste acatamento ao Papa está bem expresso na Constituição Lumen Gentium que mostra ter Cristo escolhido os Doze e “lhes deu a forma de um colégio, isto é, de um grupo estável e colocou à sua frente Pedro, escolhido entre eles”. Esta verdade é ressaltada com ênfase no Catecismo da Igreja Católica. De fato, Jesus distinguiu Simão ao qual deu o nome de Pedro, a pedra de fundação de sua Igreja e lhe entregou as chaves, como está no Evangelho de São Mateus (Mt 16,18-19). Fez dele o pastor de todo o rebanho de acordo com o que relatou o evangelista São João (Jo 21, 15-17). Os bispos sucessores dos Apóstolos sempre reconheceram a primazia do Papa. Este a merecer a veneração não só do episcopado, como ainda de todos os fiéis. Trata-se de uma  hierarquia de amor e de autoridade. O Papa tem o poder pleno, supremo e universal o qual ele pode e deve exercer sempre livremente no desempenho de seu espinhoso cargo. A dileção ao Soberano Pontífice precisa sempre se traduzir em preces ardentes a Deus para que a ação do Divino Espírito Santo o ilumine e sustente sobretudo em nossos dias num contexto tão complexo no qual se vive cheio de divisões e incoerências. Surgem as oposições ao Chefe da Igreja e os meios de comunicação social por vezes impulsionam erros passados que procuram reviver para contradizer a missão da Igreja. Donde cumpre uma lealdade constante ao Papa e a suas diretrizes, cooperando para que a semente do Evangelho atinja a todos os homens de boa vontade. Assim haverá um só rebanho e um só Pastor. Eis porque cumpre que se cresça cada vez mais num amor teológico ao Papa. É preciso ainda que cada um esteja consciente de que a fidelidade ao Soberano Pontífice supõe também o dever de tomar conhecimento dos ensinamentos papais, inclusive das encíclicas  sobretudo dos últimos Chefes da Igreja. Hoje felizmente as mensagens dos Papas são veiculadas pelos sites católicos e há jornalistas competentes que fazem com confiabilidade uma súmula de tudo que vem do Vaticano. É necessário ser disponível para receber tudo que é transmitido pelo magistério do Vigário de Cristo para que esta semente produza frutos para o bem próprio e dos demais membros da Comunidade em que se vive. Nunca se deve esquecer que onde está o sucessor de Pedro, está a Igreja e onde está a Igreja está Jesus Cristo.

    * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.