Silvonei José – Vatican News
Logo após ao meio-dia o Papa Francisco recebeu na Sala Paulo VI as delegações que doaram neste ano a Árvore de Natal e o Presépio montados na Praça São Pedro e o Presépio montado no interior da mesma Sala Paulo VI
Francisco então dirigiu a sua saudação à Delegação Peruana de Huancavelica, o departamento em que se localiza o vilarejo de Chopoca, de onde vem o grande presépio montado na Praça São Pedro.
O Papa agradeceu ao Bispo Carlos Salcedo Ojeda pelas suas palavras, e estendeu a sua gratidão às autoridades civis e eclesiásticas, especialmente ao Ministro do Exterior peruano, e a todos aqueles que colaboraram.
Os personagens do presépio, – recordou o Papa – feitos com materiais e vestuário característicos desses territórios, representam os povos dos Andes e simbolizam o apelo universal à salvação.
“Jesus, de fato, veio à terra na concretude de um povo para salvar todos os homens e mulheres, de todas as culturas e nacionalidades. Ele fez-se pequeno para que possamos acolhê-Lo e receber o dom da ternura de Deus”.
Ao lado do presépio encontra-se o majestoso abeto dos bosques de Andalo, no Trentino. Francisco então saudou a delegação que veio daquela localidade: as autoridades, os sacerdotes, os fiéis acompanhados pelo arcebispo Lauro Tisi, a quem agradeceu pelas suas palavras.
No final da tarde desta sexta-feira, na conclusão da cerimônia oficial de entrega, as luzes que decoram a árvore serão ligadas.
Permanecerá junto ao presépio até ao final das festividades natalinas e será admirado por peregrinos de muitos lugares.
“O abeto – disse o Papa – é sinal de Cristo, a árvore da vida, árvore à qual o homem não teve acesso por causa do pecado. Mas com o Natal, a vida divina se uniu à vida humana. A árvore de Natal, então, evoca o renascimento, o dom de Deus que se une ao homem para sempre, que nos dá a sua vida. As luzes do abeto recordam a luz de Jesus, a luz do amor que continua a brilhar nas noites do mundo”.
Francisco afirmou que o Natal é isto, não deixemos que seja poluído pelo consumismo e pela indiferença. Os seus símbolos, especialmente o presépio e a árvore decorada, trazem-nos de volta à certeza que enche os nossos corações de paz, à alegria da Encarnação, a Deus que se torna familiar: ele vive conosco, ele dá um ritmo de esperança aos nossos dias.
“A árvore e o presépio apresentam-nos a atmosfera típica de Natal que faz parte do patrimônio das nossas comunidades: uma atmosfera de ternura, partilha e intimidade familiar. Não vamos viver um Natal falso e comercial! Deixemo-nos envolver pela proximidade de Deus, pela atmosfera natalícia que a arte, a música, as canções e as tradições trazem aos nossos corações”.
Todos aqueles que vierem aqui à Sala Paulo VI nos próximos dias – afirmou o Papa – poderão saborear esta atmosfera, graças também ao presépio que será inaugurado. Foi feito por jovens da paróquia de São Bartolomeu em Gallio, na diocese de Pádua, que estavam presentes com o bispo Claudio Cipolla, a quem Francisco agradeceu pelas palavras.
“Estou grato por este presente, fruto do compromisso e da reflexão sobre o Natal, a festa da confiança e da esperança. A razão da nossa esperança é que Deus está conosco, Ele confia em nós e nunca se cansa de nós! Ele vem habitar com os homens, escolhe a terra como sua morada para estar conosco e assumir as realidades onde transcorremos os nossos dias. Isto é o que o nos ensina o presépio”.
O Papa concluiu dizendo “que no Natal, Deus revela-se não como aquele que está nas alturas para dominar, mas como Aquele que se inclina, pequeno e pobre, para servir: isto significa que a forma de se assemelhar a Ele é a de se rebaixar, de servir. Para que seja verdadeiramente Natal, não esqueçamos isto: Deus vem para estar conosco e pede-nos para cuidarmos dos nossos irmãos e irmãs, especialmente os mais pobres, mais fracos e mais frágeis, a quem a pandemia ameaça marginalizar ainda mais. Pois foi assim que Jesus veio ao mundo, e o presépio lembra-nos disso”. “Que Nossa Senhora e São José nos ajudem a viver o Natal desta forma”.