Mariangela Jaguraba – Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência, na manhã desta sexta-feira (24/03), na Sala do Consistório, no Vaticano, as famílias dos mineiros poloneses que morreram nas minas de carvão em 20 e 23 de abril de 2022, na Polônia.
O Pontífice falou espontaneamente às cerca de 80 pessoas presentes, expressando a sua solidariedade na dor com algumas palavras essenciais:
Obrigado pela visita! Diante de vocês, não sei o que dizer. O silêncio é compassivo. Perder o marido, o pai num acidente como este, é ruim. E também o fato de que alguns estão enterrados lá, nas minas… Não quero dizer palavras, apenas dizer que estou próximo a vocês, muito próximo, com a proximidade do coração, e rezo com vocês nesta situação muito difícil e ruim.
A raiva também é uma oração
“Em momentos como estes, parece que Deus não escuta a nossa oração”, disse ainda o Papa, acrescentando:
Existe o silêncio dos mortos e o silêncio de Deus, e esse silêncio às vezes nos deixa com raiva. Não tenham medo: essa raiva é uma oração. É um dos “porquês?” que repetimos continuamente nestas situações. E a resposta é: “Na escuridão o Senhor está próximo. Não sabemos como, mas está próximo.”
Oração e bênção, depois a saudação pessoal
O Papa convidou as famílias para um momento de oração, em silêncio, ao qual uniu a sua. Em seguida, deu-lhes a bênção e saudou pessoalmente cada um dos participantes do encontro.
Os acidentes de mineração de abril de 2022
As famílias recebidas nesta sexta-feira por Francisco lamentam a perda de seus familiares em dois acidentes ocorridos na mesma semana, 20 e 23 de abril passado, em dois locais da Polônia: o primeiro, uma explosão, na indústria de mineração de carvão de Pniowek, com um balanço de cinco mineiros mortos e sete desaparecidos. O segundo, em Zofiowka, no sul do país, onde pelo menos dez trabalhadores continuam desaparecidos. As duas indústrias pertencem à mesma empresa, a mineradora Jsw.