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quinta-feira, 26 dezembro, 2024.
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O número de cristãos encolheu cinco vezes em Alepo

Em Alepo, o número de cristãos encolheu cinco vezes durante a guerra na Síria. Agora, a crise econômica e a falta de oportunidades de emprego geram angústia nos jovens. O Movimento da Juventude Ortodoxa comemorou o 60º aniversário de sua criação, no último 17 de março. Os artistas são um coral de cerca de 60 crianças e jovens, apoiados por cinco músicos. No salão lotado, o público aplaude. Um concerto simples, mas algo que se tornou raro nos últimos anos em Alepo. Antes da guerra, a cidade era a capital econômica do país.

A angústia dos jovens

Entre os jovens cantores, Miriam Toubal, de 23 anos, é uma estudante de biotecnologia que conduz o coral infantil. Por um ano, ela os ensaiou durante uma hora por semana. Os ensaios agora são menos estressantes do que durante a guerra, embora o conflito não tenha impedido os coristas de tentarem se reunir e cantar.

Mas Miriam reflete ansiedade quanto ao seu futuro. Uma vez que, encontrar um bom emprego para poder continuar vivendo decentemente é um grande desafio. Sobretudo quando se está em uma cidade devastada por seis anos de guerra. Desde então, há também as sanções econômicas. Na Síria, o nível de desemprego entre os jovens é estimado em 78%. Muitos desses jovens estão profundamente preocupados com o próprio futuro e com aqueles que amam.

Toda atividade paralisada

Desde o fim dos combates, a situação não melhorou em Alepo, que antes era próspera. Ao contrário, muitos dos cidadãos falam sobre as dificuldades da vida cotidiana. A recuperação econômica, tão esperada, ainda não acontece. O emprego médio também não paga o suficiente para suprir as necessidades diárias básicas. Ainda mais que os preços subiram rapidamente. O souk, cujos 13 km de lojas e boutiques já foram o orgulho da cidade e foram classificados como patrimônio mundial pela UNESCO, ainda está em ruínas e não foi restaurado. Na frente do que já foi sua própria barraca, Elias Farah, ao retornar pela primeira vez, não consegue esconder suas emoções. Ele nota ansiosamente que todo o lugar parece estar em perigo iminente de colapso.

A antiga capital econômica do país está sofrendo terrivelmente com o embargo econômico. “São os pobres e as pessoas comuns que sofrem, acima de tudo, com esta situação”, afirma o Arcebispo Católico Sírio Antoine Chahda, de Alepo. A guerra continua. A falta de perspectivas futuras está apenas aumentando a infelicidade das famílias e o desespero de tantos cristãos. Nos subúrbios, a zona industrial é uma visão desolada: as fábricas bombardeadas foram saqueadas e não há sinais de qualquer atividade.

Ajuda estruturada

Para atender às necessidades da vida cotidiana, seja em Alepo ou em Homs, as comunidades cristãs se organizaram e contam com a generosidade da Igreja. Antes prósperos, hoje eles se tornaram mendigos, diz o bispo ortodoxo grego George Abu Zakham, de Homs, observando ao mesmo tempo que a ajuda externa está diminuindo.

O apoio fornecido pela Fundação Pontifícia ACN (Ajuda à Igreja que Sofre) é fundamental para a viabilização de atendimento médico, alimentação, moradia e educação, e continua a ser indispensável para muitas famílias. Foram criados comitês leigos, para compartilhar a ajuda de maneira justa entre as diferentes comunidades cristãs. A tarefa é identificar as necessidades mais urgentes e monitorar o uso dos recursos fornecidos. É um sistema eficaz e que permite que as diferentes Igrejas cristãs trabalhem juntas. É uma forma vital de contribuição, e que está reacendendo uma nova centelha de vida no ar viciado e nas cinzas fumegantes de uma cidade em ruínas. Por um breve momento, Miriam foi a voz daquela cidade.

De março de 2011 até o final de 2018, a ACN forneceu ajuda para a Síria por meio de 738 projetos, sendo 80% deles na forma de ajuda emergencial para alimentação, medicamentos, moradia e educação.

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