No Oriente Médio, a fuga de refugiados cristãos modifica toda a região. “Uma desconfiança mútua entre os povos que será difícil de preencher até mesmo após o fim do conflito sírio”: foi o que disse o Padre Pizzaballa, Custódio da Terra Santa. As mudanças que afetam as estruturas políticas, mas também a cultura dos países árabes foram o foco do encontro “Cristãos no Oriente Médio e migrações forçadas”, organizado em Roma pela Associação Asvi e pela revista Oasis.
Iraque, Síria e Líbia, de acordo com o relatório anual da organização “Open Doors”, (Portas Abertas) sobre as perseguições religiosas estão entre os países mais ferozes contra os cristãos. Trata-se de milhares de pessoas forçadas a fugir de suas casas, junto com outras minorias. Padre Pizzaballa, fala sobre a brutalidade da qual o Papa Francisco define uma mudança epocal:
“O Oriente Médio está mudando de forma radical e com uma brutalidade que não conhecemos nos séculos passados, pelo menos na era moderna: países que desaparecem – penso na Síria, no Iraque – e perseguição com base na religião. Tudo isso tem como objetivo não apenas os cristãos, mas também os não-cristãos. Portanto devemos colocar a perspectiva cristã em um contexto mais amplo, articulado e complicado de entender. No Oriente Médio não se pode distinguir esfera religiosa e esfera política. O elemento religioso torna-se instrumental em oposição à econômica e política; penso nos sunitas e xiitas, Arábia Saudita e Irã. Os fundamentalismos, uma vez criados, se espalham aos cristãos e a todas as outras minorias”.
A esperança, diz o Padre Pizzaballa, é dada pelos cristãos vítimas de conflitos que permanecem no Oriente Médio sem os meios para sair, mas determinados a não renunciar à sua fé:
“As pessoas normais precisam de tudo: água, luz, comida, trabalho … Mas quando você visita e encontra as pessoas o que elas pedem é isso: “Padre, fique com a gente, precisamos de alguém que nos dê coragem”.
Fonte: Rádio Vaticano