Os versículos que compõem a segunda leitura do trigésimo segundo domingo do Tempo Comum pertencem à segunda parte de Hebreus e, dentro dessa parte, a uma seção que tem como tema o sacerdócio novo de Cristo. Os versículos em questão fundem-se com o tema geral deste domingo. Assim como a viúva de Sarepta partilhou seus bens com Elias e a viúva do evangelho ofereceu tudo, Jesus doou-se plenamente, uma vez por todas, destruindo o pecado pelo sacrifício de si mesmo. São Paulo estabelece um forte contraste entre o sacerdócio antigo e o novo sacerdócio de Cristo. No passado, uma vez por ano, no dia de expiação, o sumo sacerdote entrava no Santo dos santos (o lugar mais sagrado do templo) com o sangue das vítimas oferecidas como expiação pelos pecados do povo. Depois disso, voltava para diante do povo, tendo que repetir anualmente o mesmo rito.
Jesus, o verdadeiro sacerdote, não entrou no Santo dos santos. Com sua morte e ressurreição, Ele entrou no santuário do céu, na presença de Deus, em nosso favor. Ele fez isso uma vez somente e não com o sangue de vítimas, mas pelo derramamento do próprio sangue na cruz. Seu sangue realizou aquilo que o sangue das vítimas não conseguiam no passado, ou seja, o pecado do povo está perdoado e o caminho para Deus ficou aberto para sempre. O sumo sacerdote entrava e saia do Templo, ao passo que Jesus entrou no santuário do céu e ali permanece junto de Deus. No passado, o sumo sacerdote saia do Templo e se manifestava ao povo, devendo, no ano seguinte, repetir o mesmo ritual para apagar o pecado. Jesus também voltará e se manifestará, não mais para apagar o pecado, mas para trazer a plenitude da salvação aos que crêem nele.
São Paulo quer salientar o exemplo de Jesus, que é único e que deve ser seguido por todos os cristãos, pois, enxergando no próximo a presença de Jesus, saberemos colaborar para a sua salvação, partilhando a nossa fé e a nossa esperança com ele. Isto é caridade, a virtude que não cessa e que é testemunhada por toda a vida e mensagem de Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida!”.
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