Conheça a virgem mártir de 13 anos que resistiu à fúria do imperador e conquistou a devoção de vários Papas
As catacumbas, em Roma, são uma forma única de nos “transportar” para os impressionantes inícios do cristianismo. Elas são um conjunto quase interminável de galerias subterrâneas, nas quais os primeiros cristãos se reuniam, arriscadamente, para celebrar a fé às escondidas, já que o cristianismo era cruelmente perseguido pelo Império Romano. Funcionando como cemitérios, estreitas e profundas, as catacumbas formam um emaranhado esplêndido de corredores e até “andares” embaixo da terra. A visita, atualmente, é acompanhada por guias que narram a história de cada catacumba e dos santos mártires que as marcaram para sempre.
São famosas, particularmente, as catacumbas de São Calixto, Santa Domitila, São Sebastião e Santa Priscila. Na de São Sebastião, por exemplo, há fragmentos de pratos usados por ninguém menos que São Pedro e São Paulo, entre outras relíquias preciosíssimas. Na de Santa Priscila, foram encontrados os ossos de Santa Filomena – e é dela que nos ocuparemos neste artigo.
Santa Filomena foi uma jovem grega torturada e morta aos 13 anos de idade pelo imperador romano Diocleciano, já no terceiro século da era cristã. Ela foi chicoteada e atravessada por flechas quase até a morte, mas, milagrosamente, sobreviveu. Condenada então ao afogamento com uma âncora presa ao pescoço, salvou-se novamente, resgatada, segundo a tradição, por dois anjos.
Toda essa fúria do imperador se devia à recusa da jovem em casar-se com ele: Filomena tinha feito voto de castidade aos 12 anos para se tornar “esposa de Jesus Cristo”. Nem a tortura sofrida, nem os pedidos de seus pais, cujos domínios eram ameaçados pelo exército do imperador, conseguiram fazê-la desistir da sua consagração a Cristo: Santa Filomena fez questão de cumprir com absoluta fidelidade o primeiro mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas”.
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Cansado das tentativas inúteis e vendo que os sucessivos milagres convertiam muita gente, inclusive os próprios soldados, Diocleciano mandou cortarem a cabeça da jovem, que, assim, se tornou mais uma virgem mártir do cristianismo.
Os restos mortais da santa foram encontrados nas catacumbas de Santa Priscila, nos arredores de Roma, em 24 de maio de 1802, e levados para Mugnano, perto de Nápoles, no dia 10 de agosto de 1805, data do aniversário de seu martírio. Estão lá até hoje e são incontáveis os milagres que a jovem santa já fez em favor de seus devotos – entre os quais, ninguém menos que o Papa Pio IX, também milagrosamente curado por sua intercessão, além de Leão XIII, que fez duas peregrinações a Mugnano, e São Pio X.
O CORDÃO DE SANTA FILOMENA
São João Batista Maria Vianney, o Cura d’Ars, foi o maior difusor do Cordão de Santa Filomena, cujo uso foi aprovado pelo Papa Leão XIII em 1893, concedendo indulgências a todos os que o usarem com reta intenção e rezarem esta oração:
Ó Santa Filomena, Virgem e Mártir, rogai por nós para que, por meio de vossa poderosa intercessão, possamos obter a pureza de alma e de coração que conduz ao perfeito amor de Deus.
Para conseguir as indulgências plenárias com o Cordão, é preciso cumprir os requisitos habituais: confessar-se, comungar e visitar alguma igreja ou um doente, rezando pelas intenções do Papa.
Como fazer
Qualquer pessoa pode fazer o Cordão de Santa Filomena, com fios de linho ou lã ou de algodão. Em uma das extremidades, o Cordão tem dois nós; na outra, três nós. Trata-se de símbolos da Santíssima Trindade e das Chagas de Nosso Senhor. Os fios devem ser em quantidades mais ou menos iguais das cores branca e vermelha: o branco simboliza a virgindade de Santa Filomena e o vermelho o seu martírio.
A bênção do cordão
Qualquer sacerdote pode abençoar os cordões de Santa Filomena. A oração oficial da bênção do Cordão é a seguinte, a ser feita pelo sacerdote:
Senhor Jesus, concedei que todos os que usem este cordão mereçam ser preservados de qualquer perigo e recebam a saúde da alma e do corpo.
Como usar
O cordão deve ser usado na cintura, sob a roupa, e, se possível, não retirado. Caso não seja possível levá-lo à cintura, pode-se usá-lo no braço ou na perna.
Fonte: Aleteia