O controle do povo

    Os discípulos do político marxista italiano Antônio Gramsci, eles sabem que a forma mais eficiente de dominar a sociedade é controlar o que os cidadãos acreditam ser verdadeiro ou falso, certo ou errado. Se você consegue cortar o senso crítico e moral do indivíduo, ele passa a obedecer à autoridade sem necessidade de coação.

    Gramsci é reconhecido, principalmente, pela sua teoria da hegemonia cultural que descreve como o Estado usa nas sociedades ocidentais, as instituições culturais para conservar o poder.

    Certamente, quem melhor resumiu o funcionamento dessa verdadeira máquina de desinformação foi George Orwell, no genial “1984”:

    “Se você controla a língua, você controla o argumento. Se você controla o argumento, você controla a informação. Se você controla a informação, você controla a história. Se você controla a história, você controla o passado. Aquele que controla o passado controla o futuro.”

    George Orwell foi um escritor, jornalista e ensaísta político inglês, nascido na Índia Britânica. Sua obra é marcada por uma inteligência perspicaz e bem-humorada, uma consciência profunda das injustiças sociais, uma intensa oposição ao totalitarismo e uma paixão pela clareza da escrita. A influência de Orwell na cultura contemporânea, tanto popular quanto política, perdura até os dias de hoje.

    Nesse tempo de manifestações que assolam o Brasil é de bom alvitre a leitura do livro “Massa e poder”, do premiado escritor búlgaro Elias Canetti. Segue trechinho: “Uma aparição tão enigmática quanto universal é a da massa que surge repentinamente onde antes não havia coisa alguma. (…) Nada foi anunciado, nada era esperado. Repentinamente, tudo está cheio de gente. De todos os lados pessoas começam a afluir como se todas as ruas tivessem uma única direção”.

    Massa e poder, obra-prima de Elias Canetti, nasceu de uma obsessão. Assustado e pesaroso diante do espetáculo de adesão crescente das massas populares às organizações nazistas, na Alemanha e na Áustria dos anos 30, o então jovem escritor passou as três décadas seguintes tentando decifrar os segredos profundos da humanidade em suas manifestações mais corriqueiras e terríveis: mandar e obedecer; matar e sobreviver; medo e voracidade; paranoia e poder.

    Dentro desse contexto corrobora o filósofo francês Étienne de La Boétie com o seu O Discurso sobre a Servidão Voluntária, que é um questionamento da legitimidade dos governantes, que La Boétie chama de “mestres” ou “tiranos”. Qualquer que seja o modo como um tirano subiu ao poder (eleições, violência, sucessão), nunca é seu bom governo que explica sua dominação e o fato de que ele continua. E o cientista político italiano Gaetano Mosca mentor da “teoria da elite”, que é uma teoria do Estado que procura descrever e explicar as relações de poder na sociedade contemporânea. A teoria postula que uma pequena minoria, composta de membros da elite econômica e redes de planejamento de políticas, detém o maior poder – e esse poder é independente de eleições democráticas. Através de posições em corporações ou em conselhos corporativos, e influência sobre redes de planejamento de políticas através de apoio financeiro de fundações ou posições com think tanks, (Instituto de Pesquisa) ou grupos de discussão política, os membros da “elite” exercem poder significativo sobre as decisões corporativas e governamentais. Mosca divide o mundo em dois grupos: “Classe dominante” e a “classe que é governada”.

    Como é forte o controle do povo como massa de manobra em pleno século XXI. O domínio de forma vergonhosa via: a manipulação, alienação e o condicionamento; tudo a mercê da mídia, do capitalismo, da boçalidade política e do sistema religioso escravocrata. Há de convir, necessitamos de reformas radicais na família, na educação, na sociedade, na política, na economia, na mídia e no sistema religioso. Ser livre de todas as amarras para grandeza individual, familiar e social. Liberdade é um patrimônio inegociável da humanidade!

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