Na Noite Santa, Deus deu-se a si mesmo, nascendo como uma frágil criança
Já estamos nos aproximando do Natal. O próximo domingo será o último do tempo do Advento que nos coloca às portas do Natal. Refletimos sobre o mistério da Encarnação: “Vejam: a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco” (Mt 1,23).
Contemplamos a figura de Maria e as circunstâncias que a envolveram nos dias que precederam o nascimento do Menino Jesus. “Deus enviou o seu Filho” (GI 4, 4). Mas, para lhe “formar um corpo”, quis a livre cooperação de uma criatura. Para isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu para ser a Mãe do seu Filho uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré, na Galileia. “Virgem que era noiva de um homem da casa de Davi, chamado José. O nome da virgem era Maria” (CIC 488).
Natal, salvação e fé
A Salvação nos chega pelo seio de Maria. Ela é o modelo perfeito de obediência, humildade, pureza e fé. Se nos prepararmos e procurarmos vivenciar profundamente os elementos de cada Domingo do Advento, o nascimento do Salvador terá um sentido concreto em nossa vida e não será uma mera lembrança de um fato histórico.
Finalmente, gostaria de dizer que para se entender o Natal é necessário ter fé, pois senão será um feriado como tantos outros de nosso calendário.
Natal é o grande momento da paz em que, em torno do recém-nascido, o Divino (anjos) e o humano (Maria, José e os pastores), céu e terra, se unem num silêncio adorador. “Porque nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado: sobre o seu ombro está o manto real e ele se chama ‘Conselheiro Maravilhoso’, ‘Deus Forte’, ‘Pai para sempre’, ‘Príncipe da Paz’. Grande será o seu domínio e a paz não terá fim sobre o trono de Davi e seu reino, firmado e reforçado com o direito e a justiça, desde agora e para sempre” (Is 9,5-6).
Celebremos santamente o Natal. Tenhamos no coração aquilo que é essencial: o amor, a amizade, o perdão e a reconciliação.
Oração e presentes
Quando estivermos festejando com nossos familiares e amigos, não nos esqueçamos da oração. Silenciemos nosso interior e não nos esqueçamos do aniversariante. Ele é o centro de nossa vida. É a luz que ilumina toda a treva.
Lembremo-nos dos que sofrem ou estão na solidão.
Se pudermos, troquemos presentes lembrando que em todos os presentes de Natal deveria viver algo da dádiva primordial: Jesus Cristo. Daquele gesto do amor de Deus que em última análise não poderia e não queria dar menos do que a si mesmo. Pouco interessa se um presente é caro ou barato, quem não é capaz de dar com ele uma parte de si mesmo, sempre deu de menos.
O maior presente que poderíamos receber o céu nos deu. Na Noite Santa, Deus deu-se a si mesmo nascendo como uma frágil criança. Deus assumiu nossa humanidade para nos dar sua divindade.
Que todos tenhamos um Santo e Feliz Natal.