O amor de Deus em Jesus, nosso Redentor!

    Com o mês de maio, em que celebramos o mês dedicado à Virgem Maria, a liturgia do 6º Domingo da Páscoa convida-nos a contemplar o amor de Deus, manifestado na pessoa, nos gestos e nas palavras de Jesus e dia a dia tornado presente na vida dos homens por ação dos discípulos de Jesus. A alegria da Páscoa, que se estende por cinquenta dias, desperta na Igreja, Mãe e Mestra, palavras vivas de gratidão, evidenciadas na liturgia: “Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque Ele fez prodígios. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai”(cf. Sl 97,1.4).

    A segunda leitura(1Jo 4,7-10) apresenta uma das mais profundas e completas definições de Deus: “Deus é amor”. A vinda de Jesus ao encontro dos homens e a sua morte na cruz revelam a grandeza do amor de Deus pelos homens. Ser “filho de Deus” e “conhecer a Deus” é deixar-se envolver por este dinamismo de amor e amar os irmãos. Jesus é o protagonista da nossa salvação: “não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados”(1Jo 4,10).

    No Evangelho(Jo 15,9-17), Jesus define as coordenadas do “caminho” que os seus discípulos devem percorrer, ao longo da sua marcha pela história. Eles são os “amigos” a quem Jesus revelou o amor do Pai; a sua missão é testemunhar o amor de Deus no meio dos homens. Através desse testemunho, concretiza-se o projeto salvador de Deus e nasce o Homem Novo. Deus amou-nos primeiro e quer que entremos, por meio de Cristo, na sua comunhão de amor, para colaborar na difusão da obra da redenção. Este desejo de Deus, vemo-lo no Evangelho: “Eu vos designei para irdes e para que produzais frutos e o vosso fruto permaneça”(Jo 15,16). Essa Palavra, dirigida aos Apóstolos, diz respeito, também, a todos os discípulos de Jesus. Todos os batizados são enviados ao mundo para anunciar o Evangelho e a salvação. Mas, a iniciativa é sempre de Deus, que suscita as diversas vocações: os ministros ordenados, os consagrados, os casados, os leigos, os agentes de pastoral, a fim de cada um desempenhe a própria função em vista do bem da Igreja e da salvação do mundo, sempre amparados pela sua Palavra que nos conforta: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi”(Jo 15,16).

    A primeira leitura(At 10,25-26.34-35.44-48) afirma que essa salvação oferecida por Deus através de Jesus Cristo, e levada ao mundo pelos discípulos, se destina a todos os homens e mulheres, sem excepção. Para Deus, o que é decisivo não é a pertença a uma raça ou a um determinado grupo social, mas sim a disponibilidade para acolher a oferta que Ele faz. A alegria e a gratidão são motivadas pelo dom da salvação realizada por Cristo, que abraça todos os tempos, espaços e pessoas: nós somos atingidos pelo poder salvífico de sua morte e ressurreição. Al realidade está presente na primeira leitura, na casa de Cornélio, São Pedro batizou os primeiros pagãos (At 10,48). No Antigo Testamento, Deus desejava que a bênção destinada ao povo judeu fosse estendida a todas as nações. O Senhor disse a Abraão: “Todas as famílias da terra serão em ti abençoadas” (GN 12,3). Assim, Pedro, iluminado pelo Espírito Santo, compreende que “Deus não fez distinção de pessoas, pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10,34-35). O gesto de Pedro torna-se a imagem da Igreja aberta a todos os povos, isto é, católica, para todo o mundo. A Igreja é o sacramento da salvação operada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

    Sejamos arautos do amor de Deus e vivamos, intensamente, a graça divina anunciando o Evangelho e testemunhando o Ressuscitado!

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here