O aleitamento materno salva a vida de crianças e mães

Na Semana Mundial do Aleitamento Materno, a ONU recorda todas as vantagens de uma prática saudável e natural, que pode evitar a morte de mais de 800.000 bebês por ano.

Roberta Gisotti, Silvonei José – Cidade do Vaticano

Desde o dia 1º até 7 de agosto, uma semana em todo o mundo, para promover o aleitamento materno, um gesto simples e natural que poderia prevenir a morte a cada ano de 823 mil crianças menores de 5 anos por patologias evitáveis com a ingestão de leite materno e de 20 mil mães pelo aparecimento do câncer de mama.

A OMS e o UNICEF e a Declaração dos Inocentes

A Semana promovida pela Organização Mundial da Saúde relança a cada ano a Declaração dos Inocentes, assinada em agosto de 1990 pela OMS e pelo UNICEF, junto com os governos participantes do encontro organizado em Florença, na Itália, no Ospedale degli Innocenti para uma iniciativa global em favor do aleitamento materno.

Apenas 40% dos bebês são amamentados apenas com leite materno

A OMS recomenda o aleitamento exclusivo no seio a partir de uma hora após o nascimento até que a criança tenha 6 meses de idade. Alimentos nutritivos complementares devem então ser adicionados, continuando a amamentar até 2 anos ou mais. Mas hoje, segundo o Unicef, apenas 43% das crianças com menos de seis meses de idade no mundo se alimentam exclusivamente de leite materno. Uma percentagem que sobe para cerca de 50 por cento nos países menos desenvolvidos e desce para menos de 24 por cento nos países de rendimento médio e elevado.

O leite materno é o melhor remédio

O aleitamento materno dá às crianças – recorda uma nota do Unicef – o melhor começo de vida possível porque promove o desenvolvimento cognitivo e é a primeira vacina de uma criança, pois protege-a de doenças e morte. O contato imediato pele-a-pele e o início precoce da amamentação mantêm o bebê no calor, reforça o seu sistema imunitário, promove a ligação entre mãe e filho, estimula a produção de leite materno e aumenta as possibilidades de continuar a amamentar. O leite materno – explica o Unicef – é muito mais do que apenas um alimento para as crianças: é também um poderoso medicamento para prevenir doenças, adaptado às necessidades de cada criança, sempre disponível e gratuito.

O aleitamento materno reduz os riscos de hemorragia e câncer para as mães

A amamentação também tem grandes benefícios para a saúde das mães, pois reduz o risco de sangramento pós-parto, osteoporose após a menopausa e o aparecimento de câncer de mama e ovário, diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.

Os custos da assistência médica

A amamentação, portanto, não só reduz o “risco de doença para o bebê e para a mãe”, mas também “os custos da assistência médica”. Daí a certeza de que quando uma mãe amamenta, todos se beneficiam.

Políticas sociais para famílias com filhos e mães trabalhadoras

Por esta razão, a OMS e o UNICEF, nesta Semana do Aleitamento Materno 2019, exortam os Estados a terem políticas sociais que apoiem as famílias com crianças e mães trabalhadoras. Até hoje no mundo, apenas 40% das mulheres com um filho recém-nascido recebe benefícios por causa da maternidade no local de trabalho. Esta disparidade aumenta entre os países africanos, onde apenas 15% das mulheres com bebês têm algum benefício para continuar a amamentar.

Licença de maternidade e paternidade remuneradas

O UNICEF recorda que o apoio ao aleitamento materno requer tempo, recursos e políticas favoráveis à família que incluem: licença remunerada para as mães – pelo menos 18 semanas – e para os pais a fim de encorajar a partilha de responsabilidades; acesso a cuidados de qualidade para as crianças; intervalos para amamentar e espaços dedicados ao aleitamento materno nas primeiras semanas e meses de vida. Isto é essencial para o bem-estar das famílias e da sociedade.

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