Nossa Senhora das Dores

    No dia seguinte à Festa da Exaltação da Santa Cruz, no dia 15 de setembro, celebramos a memória litúrgica de Nossa Senhora das Dores. Ao celebrar essa memória, recordamos da Mãe de Jesus, que esteve presente aos pés da cruz, até o último suspiro de seu Filho. Nossa Senhora das Dores é a mulher da coragem, ou seja, mesmo no momento mais forte de sua vida, vendo seu filho ser crucificado, não se desesperou e se conformou à vontade divina. Ela ensina hoje a muitas mães terem a mesma coragem que ela teve e a se conformarem à vontade divina.

    Essa memória é celebrada um dia após a festa da Exaltação da Santa Cruz, ocasião em que lembramos da entrega de Jesus por todos nós. Significa que não adoramos um Deus “morto” ou o madeiro da cruz, mas adoramos um Deus vitorioso que venceu a morte e do céu intercede por todos nós.

    Jesus, antes de morrer na cruz, entregou Nossa Senhora aos cuidados do discípulo amado, dizendo: “Filho, eis aí a tua mãe”, e entregou João aos cuidados de Nossa Senhora dizendo: “Mulher, eis aí o teu filho”. Ao fazer isso, Jesus entrega Nossa Senhora como a Mãe de todos os viventes e Mãe da Igreja. A partir daquele momento, João acolheu consigo Nossa Senhora e cuidou dela. Nos dias de hoje, somos chamados a acolher Nossa Senhora em nossa casa, como nossa Mãe e a pedir que Ela interceda por nossas dores. Hoje ela é recordada também por várias invocações.

    Nossa Senhora das Dores é bem lembrada durante a Semana Santa. Aparece na procissão do Encontro e da Sexta-Feira Santa, sempre junto com o seu Filho. Ornada com carinho pelos fiéis, com muita fé e piedade, pedem que Ela os conduzam até Jesus e que, por meio da Palavra de Deus, se conformem à vontade Divina.

    Lembremo-nos neste dia de Nossa Senhora das Dores, de tantas mães que perdem os seus filhos precocemente, seja por acidente, violência, doença ou drogas. Infelizmente, aumentou muito o número de jovens que morrem devido as drogas e a violência. Por isso, temos que rezar muito pedindo a paz para nossa cidade e para o Brasil.

    Que os nossos jovens sejam iluminados e encontrem o sentido de suas vidas e Deus no coração, para não se envolverem no mundo crime e ferir o coração de suas famílias. Que todas as mães tenham o conforto da fé que vem Deus para superar as perdas de seus filhos.

    Ao celebrarmos nesta data a memória litúrgica de Nossa Senhora das Dores e no dia anterior a Festa da Exaltação da Santa Cruz, recordamos o tripé da nossa fé que é a paixão, morte e ressurreição de Jesus. E, ainda, nos preparar para celebrar daqui há alguns meses a Páscoa, que é o centro do calendário cristão.

    O culto a Nossa Senhora das Dores surgiu em 1221, no mosteiro Shornau, Germânia. A festividade de Nossa das Dores, celebrada em 15 de setembro, conforme conhecemos, iniciou-se em Florença, na Itália, em 1239, através da Ordem dos Servos de Maria. Conforme já foi mencionado, a Festa de Nossa Senhora das Dores tem fundamento bíblico, pois é na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Nossa Senhora. O profeta Simeão profetizou que uma lança transpassaria o coração de Nossa Senhora. Desde esse momento, Nossa Senhora já sabia da sua missão aqui na Terra.

    Nós não recordamos as dores de Nossa Senhora pelo sofrimento em si, não comemoramos o sofrimento, mas a partir das dores oferecidas, a Santíssima Virgem participou ativamente da redenção de Cristo. Ela nos ensina a passar pelos sofrimentos da mesma forma, que seremos redimidos pelo sangue de Cristo.

    Nossa Senhora das Dores nos ensina a dizer sempre: “Com prazer, faço a vossa vontade, guardo em meu coração a vossa lei” (Sl 39,9), por mais que seja difícil temos que nos conformar com a vontade de Deus. Guardar a palavra em nosso coração e, assim, será mais fácil enfrentar as adversidades do dia a dia.

    Podemos aprender com Nossa Senhora a sermos discípulos e missionários de Jesus e a anunciar aqui na Terra o Reino de Deus. O discípulo traz consigo a alegria, não pode anunciar o evangelho de maneira triste. Dessa forma, o discípulo deve alegrar as pessoas que se encontram tristes e encorajá-las a se conformarem com a vontade de Deus e seguirem adiante.

    Nossa Senhora das Dores é também chamada, entre outros nomes, de Nossa Senhora da Consolação, pois Ela é a Mãe que nos consola, fortalece, conforta e alenta a nossa esperança. Junto de Nossa Senhora da Consolação, adentrando a escola de Maria, nós adquirimos a consciência de que para todo o mal há uma cura, para cada dor há um tratamento, para toda a doença há um cuidado paliativo e, para cada solidão, há um Deus que nos acolhe, perdoa e renova.

    Nossa Senhora deu o seu “sim” à vontade de divina. Que possamos aprender com Ela a cada dia dar o nosso “sim” a Deus. Que as dores que teremos que suportar em nosso dia a dia se transformem em alegria e esperança. Existirão “calvários” em nossa vida, mas eles nos apontarão para a ressurreição.

    Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!

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