Natal

    Natal, natividade, é origem, nascimento. É a festa da gênese continuada e potente, que oferece suas surpresas e maravilhas para a nossa história. O Espírito continua nos guiando e nos faz entrar no mistério de todo nascimento, de cada Natal.
    Para celebrar o dia do nascimento de Jesus, a Igreja recorre a alguns dos seus textos mais sublimes e difíceis de interpretar: o prólogo do Evangelho de João e da Carta aos Hebreus. É provável que não poucas pessoas sintam a falta da proclamação dos evangelhos que relatam de maneira popular o nascimento de Jesus.
    Com isso, indica-se que a festa celebrada não é folclore religioso, nem evocação do menino interior que todos trazemos dentro de nós. É a festa da mais séria opção de Deus, nosso Criador e Pai: a de enviar ao mundo para nós seu Filho único e encarná-lo em nossa mesma essência humana.
    O Evangelho desta liturgia não anuncia que Jesus “nasceu em um presépio”, mas que “a Palavra se fez carne e habitou entre nós.” Antes de ser Jesus, é Palavra de Deus. Misteriosa expressão para falar do Filho eterno de Deus, da manifestação do seu próprio ser, dessa misteriosa dualidade que é o Filho em relação ao Abbá.
    A Palavra de Deus é vida. Nela está a vida. Quando pronunciada, essa Palavra cria.
    A Palavra de Deus é luz. Quando essa Palavra é pronunciada, tudo se ilumina e as trevas desaparecem.
    A Palavra se fez carne. Jesus é a Palavra de Deus feita carne. Com Jesus, chega a revelação total de Deus, a luz de Deus, a beleza de Deus.
    Este é o nascimento que no dia 25 de dezembro celebramos! Este é o anúncio mais importante a toda a humanidade.
    A concretização do Filho de Deus em um homem de nossa história é a maior surpresa que poderíamos esperar. De Jesus, diz o autor da Carta aos Hebreus, que é “o reflexo da beleza de Deus, a marca de seu ser, o que sustenta o universo com sua palavra poderosa”.
    A liturgia recorre uma vez mais ao profeta Isaías e fala do mensageiro das boas notícias. O profeta anuncia a chegada de nosso Deus e de seu Reino. Vê-lo caminhar sobre os montes de pés descalços para transmitir a notícia é um espetáculo de enorme beleza.
    Desde que ressoa sua voz, muitos se tornam eco da Boa Notícia. Existe alegria, contentamento, esperança. Chegou o momento prometido por Deus. Vivamos intensamente o Natal da ternura e da paz!

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