Meus irmãos, no dia 24 de dezembro a tarde celebra-se a missa da Véspera do Natal preparando dessa forma o nascimento de Jesus. Mais tarde, a noite celebra-se a missa da Noite de Natal, depois no raiar do dia 25 a missa da aurora e ao longo do dia 25 a missa do dia de Natal. Portanto, para bem celebrarmos o Natal do Senhor e nos prepararmos para o seu nascimento temos um conjunto de quatro de missas: Vigília, Noite, Aurora e dia de Natal.
Esse ano como acontece entre sete em sete anos a véspera de Natal ocorre num Domingo, por isso, ao longo do dia até as 15h00 celebramos o quarto Domingo do Advento, após as 15h00 a missa da vigília, após as 18h00 a missa da noite, ao amanhecer do dia 25 a missa da aurora e a partir das sete da manhã a missa do dia.
Jesus é a luz que vem iluminar as trevas, por isso ao longo do tempo do advento acendemos as quatro velas da coroa do advento. Na vigília Pascal o Círio Pascal entra iluminado com a Igreja toda escura, representando que a luz sempre vence as trevas. No Natal também o simbolismo da luz se faz presetne. Deixemos com que Jesus ilumine as nossas trevas e posamos percorrer o caminho da luz, abandonando as ações das trevas. Se ainda não realizou a confissão sacramental para o Natal ainda há tempo, “despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz”.
Com a celebração do advento inicia-se o novo ano litúrgico, uma oportunidade de rever as nossas ações ao longo do ano que passou e se comprometer com uma mudança de vida para o ano que se aproxima. A espiritualidade do tempo do advento nos convida a vigiar e orar. Através da oração e do diálogo com Deus conseguiremos forças para vencer as ações das trevas e nos aproximar das ações da luz. Vigiar é preciso para não cairmos em tentação. Não sabemos quando será o dia ou a hora, somente o Pai do céu é que sabe, por isso a importância de estarmos preparados.
Estamos no ano dedicado a oração, segundo foi promulgado pelo Papa Francisco, em vista do jubileu que toda a Igreja celebrará em 2025. Comecemos desde já a cultivar uma vida de oração e pedir ao Espírito Santo que continue renovando a Igreja de Cristo, e todos os membros da Igreja sejam fiéis ao chamado que Deus lhes fez.
A primeira leitura da missa da vigília é do livro do profeta Isaías (Is 62,1-5), como sempre o profeta Isaías é um personagem marcante desse tempo do advento em preparação ao Natal. Isaías era um profeta que viveu há cerca de 400 anos a.C., no contexto do retorno do povo de Deus do exílio da Babilônia. A missão do profeta era reanimar esse povo, dar-lhe um novo alento, e incentivar esse povo a não se afastar mais do Senhor, ou seja, seguir o caminho da luz e não das trevas. O profeta não se cansa de anunciar a Salvação de Deus, a intenção última de Deus é salvar todo gênero humano, tanto que enviou o seu Filho ao mundo, a fim de selar a “história de salvação”.
O salmo responsorial é o 88 (89), que diz em seu refrão: “Senhor eu cantarei eternamente o vosso amor”, nós agradecemos e louvamos o Senhor desde a nossa vida terrestre até a vida eterna. Para aqueles que creem a vida não termina aqui, mas continua na eternidade. E ao celebrarmos o Natal já nos preparamos para o mistério que celebraremos daqui a alguns meses, que é a Páscoa. Um mistério está ligado ao outro.
A segunda leitura dessa missa é do livro dos Atos dos Apóstolos (At 13, 16 -17. 22-25), nesse trecho Paulo relata aos Israelitas tudo aquilo que Deus fez em favor do povo ao longo de toda a história da salvação até culminar em Jesus Cristo. Deus continua até os dias de hoje salvando todo gênero humano. A intenção última de Deus é salvar todos nós, e sobretudo aqueles que de coração aberto queiram se abrir a essa salvação. Deus quis tanto salvar todo gênero humano que nos revelou o seu Filho único e permitiu que Ele morresse na cruz para nos salvar, e ainda mostrou que a morte não tem a última palavra.
O Evangelho dessa missa é de Mateus (Mt 1, 18-25), esse Evangelho narra a origem de Jesus e reflete sobre aquilo que estamos celebrando no dia de hoje. José era justo, ou seja, vivia a lei judaica e as tradições a risca. Por isso, enquanto não sabia a origem da gravidez de Maria pretendia abandoná-la em segredo, pois, naquela época e segundo a tradição judaica, quando a mulher cometia adultério teria que ser apedrejada em praça pública. José não queria que Maria sofresse isso. Mas, enquanto dormia o anjo do Senhor lhe aparece em sonho e revela que ele não deveria abandonar Maria, pois o Filho que ela esperava era por obra do Espírito Santo, e esse Menino salvaria todo gênero humano.
Depois desse momento, José acolhe Maria e cuida dela e de seu Filho, e formam uma grande família e seguem as tradições judaicas. A Sagrada Família passou por muitos percalços e perseguições, eram ameaçados por Herodes e José como chefe da casa cuidava de Maria e Jesus. A partir do Sim de Maria e posteriormente de José, a história da salvação tem continuidade e Deus sela de uma vez por todas a aliança com a humanidade. A partir do nascimento de Jesus uma nova história começa, história essa que continua até os dias de hoje.
Celebremos com alegria essa missa da Vigília do Natal, e dentro do possível participemos da missa da Noite, da aurora e do dia de Natal. Vivamos esse tempo de alegria que é o Natal, e anunciemos a todos que Jesus é o Salvador. Transmitamos o Espírito Santo aos outros e sejamos sal na terra e luz no mundo. Amém.