Migrante e refugiado

                  O Dia Mundial do Migrante e do Refugiado começou a ser celebrado pela Igreja Católica em 21 de fevereiro de 1915, por iniciativa da Sagrada Congregação Consistorial. O objetivo era sensibilizar sobre o fenômeno da migração e a promoção de coleta em favor das obras pastorais para os emigrantes italianos e preparação dos missionários da emigração.

              O Dia Internacional do Imigrante (18 de dezembro) e o Dia Internacional do Refugiado (20 de junho), ambas instituídas pelas Nações Unidas. A primeira é uma referência à Convenção Internacional para a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias, aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 18 de dezembro de 1990; já a segunda data foi estabelecida pela mesma Assembleia por meio da resolução 55/76, de 2001. No Brasil há ainda o Dia Nacional do Migrante, lembrado por alguns em 25 de junho e por outros em 1º de dezembro – a primeira costuma ser mais aceita como a correta. Na Igreja do Brasil o mês de junho ficou marcado como tempo para essa comemoração, inclusive com publicações e durante uma semana de reflexão. Em março deste ano, o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral em vista dos vários apelos do Papa Francisco preocupado com os migrantes e refugiados divulgou que esse Dia Mundial do Migrante e Refugiado seria celebrado no dia 29 de setembro. Assim atendeu o apelo feito por muitas conferências episcopais para que o Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados fosse sempre celebrado no último domingo de setembro.

              Celebramos, portanto, neste domingo, dia 29/09 o 105º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. O Papa Francisco escreveu uma mensagem na qual propôs a reflexão sobre o tema: “Não se trará apenas de migrantes” A carta do Papa Francisco começa falando das causas de existir migrantes e refugiados: “contudo, mesmo em nossos dias, com pesar temos de constatar que se lhe deparam obstáculos e forças contrárias. Conflitos violentos, verdadeiras e próprias guerras não cessam de dilacerar a humanidade; sucedem-se injustiças e discriminações; tribula-se para superar os desequilíbrios económicos e sociais, de ordem local ou global. E quem sofre as consequências de tudo isto são sobretudo os mais pobres e desfavorecidos” ( Retirado do site: http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/migration/documents/papa-francesco_20190527_world-migrants-day-2019.html último acesso: 28/09/2019).

              O Papa Francisco, apresentou a ideia: “neste cenário, os migrantes, os refugiados, os desalojados e as vítimas do tráfico de seres humanos aparecem como os sujeitos emblemáticos da exclusão, porque, além dos incômodos inerentes à sua condição, acabam muitas vezes alvo de juízos negativos que os consideram como causa dos males sociais. A atitude para com eles constitui a campainha de alarme que avisa do declínio moral em que se incorre, se se continua a dar espaço à cultura do descarte. Com efeito, por este caminho, cada indivíduo que não quadre com os cânones do bem-estar físico, psíquico e social fica em risco de marginalização e exclusão”(Retirado do site: http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/migration/documents/papa-francesco_20190527_world-migrants-day-2019.html último acesso: 28/09/2019).

              O Papa Francisco nos mostra que “Livrai-vos de desprezar um só destes pequeninos, pois digo-vos que os seus anjos, no Céu, veem constantemente a face de meu Pai que está no Céu» (Mt 18, 10). Não se trata apenas de migrantes: trata-se de não excluir ninguém. O mundo atual vai-se tornando, dia após dia, mais elitista e cruel para com os excluídos. Os países em vias de desenvolvimento continuam a ser depauperados dos seus melhores recursos naturais e humanos em benefício de poucos mercados privilegiados. As guerras abatem-se apenas sobre algumas regiões do mundo, enquanto as armas para as fazer são produzidas e vendidas noutras regiões, que depois não querem ocupar-se dos refugiados causados por tais conflitos. Quem sofre as consequências são sempre os pequenos, os pobres, os mais vulneráveis, a quem se impede de sentar-se à mesa deixando-lhe as «migalhas» do banquete (cf. Lc 16, 19-21). «A Igreja “em saída” (…) sabe tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 24). O desenvolvimento exclusivista torna os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. Verdadeiro desenvolvimento é aquele que procura incluir todos os homens e mulheres do mundo, promovendo o seu crescimento integral, e se preocupa também com as gerações futuras” ( Retirado do site: http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/migration/documents/papa-francesco_20190527_world-migrants-day-2019.html último acesso: 28/09/2019).

              Neste domingo, na Praça de São Pedro em Roma, o Santo Padre celebrou missa na intenção dos migrantes e refugiados, e entre outras questões, ele disse: “Como cristãos não podemos permanecer indiferentes diante do drama das velhas e novas pobrezas, das solidões mais sombrias, do desprezo e da discriminação de quem não pertence ao “nosso” grupo. Não podemos permanecer insensíveis, com o coração anestesiado, diante da miséria de tantos inocentes. Não podemos não chorar. Não podemos não reagir. Não podemos não chorar, não podemos não reagir. Peçamos ao Senhor a graça de chorar, aquele choro que converte o coração diante destes pecados”, disse o Santo Padre em sua homilia (fonte Vatican News).

              Saibamos rezar e acolher estes nossos irmãos e irmãs que vivem completamente à margem da sociedade. Aqui em nossa Arquidiocese temos um trabalho antigo de acolher os refugiados e migrantes, hoje intensificados de tantas formas. Agradecemos a tantos que trabalham nessa área. Acolher os pequeninos é acolher o próprio Cristo: “Boni facere parvulis”. Fazer bem, aos pequeninos sempre. Finalizamos com este artigo, pedindo a Sagrada Família de Nazaré que ilumine a todas as famílias e as crianças que vivem este contexto da imigração e de ser refugiado. Deus seja louvado pelo excelente trabalho que em nossa Arquidiocese é feito, com denodo e carinho, em favor dos migrantes e dos refugiados. Amém!

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