Ao final de sua 40ª Assembleia Geral, o Conselho Episcopal Latino Americano e Caribenho (Celam) enviou mensagem a toda a Igreja no continente. O encontro foi realizado de 26 a 30 de maio, no Centro de Estudos do Sumaré (RJ), com a participação de representantes de 22 países da América Latina, além de visitantes de conferências dos Estados Unidos, do Canadá, da África e da Ásia.
“Sentimo-nos impulsionados a renovar nosso compromisso com uma Igreja misericordiosa, sinodal e em saída, que escute e aprenda com as luzes que o Espírito oferece a todo o povo de Deus, que se deixe interpelar pelos clamores dos povos, e tenha a coragem de se comprometer com eles”, escreveram os participantes da Assembleia.
A mensagem destaca o coração agradecido dos bispos, ao celebrarem acontecimentos que encheram seus corações de “esperança neste ano jubilar”: a gratidão ao Papa Francisco e a eleição do Papa Leão XIV, que foi bispo no continente por 10 anos; os 70 anos da primeira reunião de bispos latino-americanos, realizada no Rio de Janeiro, em 1955; os 1700 anos do Concílio de Nicéia e os 10 anos da Laudato Si’ – sobre a Casa Comum.
Segundo os bispos, a assembleia foi “um espaço de discernimento, oração e fraternidade episcopal”.
Compartilhamos as luzes e sombras de nossas realidades, os clamores de nossos povos e o anseio por uma Igreja que seja casa e escola de comunhão. Estamos conscientes dos desafios atuais que afetam nossa região latino-americana e caribenha: a persistência da pobreza e da crescente desigualdade, a violência impune, a corrupção, o narcotráfico, a migração forçada, o enfraquecimento da democracia, o clamor da terra, a secularização, entre outros
A realização do encontro durante o tempo pascal, segundo o Celam, “nos permitiu olhar as dificuldades com fé e descobrir que há muito mais sementes de ressurreição e esperança manifestando-se em nossas comunidades”.
“Somos testemunhas de uma Igreja que continua pulsando com força em meio às dificuldades, sustentada pela fé dos simples, pelo testemunho de tantos consagrados e consagradas, e pelo compromisso silencioso daqueles que constroem o Reino dia após dia, a partir do pequeno”, salientaram.
A recepção do Sínodo sobre a Sinodalidade teve destaque na Assembleia, com a constatação agradecida de que “o estilo e a espiritualidade sinodal estão presentes em nosso Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho há muitos anos”. No entanto, a aplicação do Documento Final do Sínodo 2021-2024 contém preocupações relacionadas: “como o risco de limitar a sinodalidade a apenas um documento ou a um evento eclesial, ou as resistências de alguns grupos à vivência desse novo estilo eclesial, que convida à escuta atenta de todos os batizados, para reconhecer a presença do Espírito que impulsiona a missão da Igreja”.
