A associação médico-humanitária Médico Sem Fronteiras (MSF) anunciou em um comunicado a sua retirada da Somália. O principal problema apontado, que acarretou no encerramento de todos os projetos no país, é a falta de condições de segurança. A associação era presente no local desde 1991. A maior denúncia é a tolerância da parte das autoridades civis em relação aos grupos armados, mesmo frente aos violentos ataques contra a associação.
Há ainda reclamação pelas graves deficiências do governo, tanto na defesa da associação quanto pela falta de punição aos responsáveis pelas ações criminosas e ataques contra trabalhadores humanitários. A MSF passou todos esses anos de atividade tentando negociar com as diversas partes, mas os ataques e violências vinham muitas vezes justamente dessas pessoas. Escolhendo matar, atacar e sequestrar os trabalhadores humanitários, esses grupos armados e as autoridades civis que toleram tais ações selaram o destino de inúmeras vidas na Somália.
Unni Karunakara, Presidente Internacional da MSF na Somália, diz no comunicado que os projetos estão sendo encerrados porque a situação no país criou um desequilíbrio insustentável entre os riscos e as compensações que a equipe está sujeita. A associação chegou ao ponto de recrutar guardas armados na tentativa de garantir a própria segurança, sendo o único país do mundo em que tal ação foi considerada necessária.
Fonte: Rádio Vaticano
Local: Mogadíscio