Com tantos aparatos e sozinho na multidão. Muita informação e bastante descontextualização.
Solitário com som nos ouvidos e com o barulho de muitas conversas e ausente de tudo. Ver tantas imagens e contemplar a escuridão.
Avança a ciência e o progresso tecnológico, no entanto, a ansiedade e o nervosismo tomam conta.
Vive no espaço imenso, todavia, preso. Com liberdade, porém, isolado.
Dorme na mesma cama, com uma terrível solidão e bem distante do outro.
Angústia amarga e a vaidade desenfreada caminhavam com os antidepressivos não impedindo a perda dos mais próximos.
Palavras violentas, gestos agressivos, escritos ameaçadores e convivência partida são resultados da alma perturbada.
Culto ao corpo e vícios que desfiguram, mentem e acabam com tudo.
O prazer sem amor, amizade sem sinceridade, prática religiosa sem fé, vida de comunidade com politicagem e boçalidade com aparência de intelectualidade configuram em suicídio moral e o físico em estado terminal.
Nada é sólido, profundo e duradouro e sim a ditadura do virtual, parcial, superficial e infernal.
Marcas do nosso tempo, sentimento ao vento.