O 4 de outubro no Vaticano é de abertura da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, mas também de publicação da nova exortação apostólica do Papa Francisco “Laudate Deum” (Salve a Deus), apresentada como uma continuação da Laudato si’ sobre os cuidados com a casa comum de 2015. A segunda parte da Laudato si’, que aprofundará os cuidados da casa comum, será publicada no dia de São Francisco de Assis e de encerramento do Tempo Ecumênico da Criação.
Na Igreja no Brasil, a Comissão Especial para a Ecologia Integral e Mineração (CEEM) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove a live “Ao vivo: Laudate Deum – uma primeira leitura da exortação apostólica do Papa Francisco”, às 19h, com transmissão ao vivo pelo canal de youtube da CNBB.
O bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão, dom Vicente Ferreira, dialogará sobre a exortação com os convidados: o monge beneditino Marcelo Barros e a leiga, fransciscana, da OFS, assessora da CEEM e da Repam e coordenadora da Rede Igrejas e Mineração, Moema Miranda,
Mudança sistêmica
O presidente da CEEM, dom Vicente Ferreira, defende que a “Laudate Deum” vem para fortalecer o grito para uma mudança sistêmica e não para comprar rapidamente o discurso do capitalismo verde. “Trará uma reflexão teológica sobre a teologia da criação, a beleza da Criação, que é expressão do grande amor de Deus por nós e deve ser preservada”, reforça.
De acordo com dom Vicente, a Laudate Deum virá ampliar o debate e a reflexão, mais uma vez exigindo caminhos de conversão, como a preservação da biodiversidade, o cuidado da casa comum e da sua integralidade.
No Brasil, segundo dom Vicente, será oportunidade para debater os grandes empreendimentos, o agronegócio, mineração, transição energética, que povoam os meios de comunicação e a opinião pública como se isso tudo fosse sustentável em nome de uma economia verde, enquanto nós, defensores dos direitos humanos e da Terra, sabemos quanto este discurso está distante de nossa realidade.
Terra – Casa Comum
O monge beneditino, Marcelo Barros, aponta que, oito anos depois da Laudato Si’ – a primeira encíclica que um papa escreve sobre o cuidado com a Terra como casa comum – não somente a crise ecológica se agravou mais do que se esperava, como parece claro que a solução da crise não virá nem de governos nem de organismos internacionais.
Para ele, a solução só poderá vir das comunidades do imenso povo de Deus, constituído pela sociedade civil internacional e pelas comunidades dos empobrecidos e marginalizados do mundo.
“Esperamos que a nova exortação apostólica Laudate Deum possa representar uma convocação à humanidade de base para um grande movimento de defesa da Mãe Terra e da natureza que nos cerca”.
Apesar dos poucos avanços na relação da humanidade com o meio ambiente, a assessora da CEEM e Rede Igrejas e Mineração espera que a segunda parte da Encíclica Laudato Si’, a Laudate Deum, aprofunde a compreensão das causas da dinâmica degradante, que alia desigualdade e devastação ambiental.
A assessora da Comissão Especial para a Ecologia Integral e Mineração espera também que a Laudate Deum ajude a esperançar, atuando, por amor à Criação, com ainda maior compromisso socioambiental.
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