Jesus: festa da vida para todos

    No Evangelho de João, Jesus se declara o Caminho e isso, em parte, resume todo o Evangelho. Jesus é caminho enquanto vem de Deus e desce para o meio da humanidade para subir para Deus. Ele revela, sobretudo, quem é Deus e mostra a vocação da humanidade: voltar a Deus do qual ela saiu.
    No versículo 13 do evangelho de domingo, 14 de setembro de 2014, afirma-se que Aquele que subiu ao céu é o mesmo que desceu do céu, o Filho do Homem. A expressão “Filho do Homem” ressalta a humanidade de Jesus. Ele se revelou plenamente humano. E, por ser plenamente humano, deu a conhecer quem é Deus, por ser plenamente humano, mostrou o caminho da humanidade: ser humano como Jesus e fundir-se para sempre com Deus. O humano revelou à humanidade e abriu para a humanidade o encontro com Deus.
    O versículo 14 confirma o tema da humanidade de Jesus, mostrando até que ponto foi humano por amor à humanidade: “Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, do mesmo modo, é preciso que o Filho do Homem seja levantado”.
    Deus ama a todos sem distinção. Não ama somente um povo. Ele ama o mundo. Às vezes, no Evangelho de João, mundo significa a humanidade toda, capaz de aceitar ou rejeitar o projeto de vida que vem de Deus. O amor de Deus é oferta gratuita que atinge o ser humano em profundidade, antecipando-se à sua capacidade de amar. Ele nos ama não porque sejamos bons, mas porque Ele é bom, quer salvar, quer comunicar vida em plenitude. A vida em plenitude se realizou na encarnação e morte de Jesus. O versículo 16 mostra Deus desprendendo-se do filho único a ponto de entregá-lo em vista da salvação de quem nele crê. Jesus é a personificação do amor do Pai levado às últimas consequências: a entrega do filho único. A salvação de Jesus não discrimina as pessoas: todos necessitam dela e todos têm acesso a ela, mediante a fé em Jesus, a fonte da vida: “Porque Deus enviou seu filho ao mundo não para julgar o mundo, mas que o mundo seja salvo por Ele.”
    Deus não deseja que as pessoas se percam, nem sente satisfação em condenar alguém. O prazer de Deus é salvar a todos, é desarmar a todos com a lógica do amor. Portanto, o sofrimento, a injustiça, o pecado, a opressão, tudo o que gera a morte do povo é contrário ao projeto de Deus. Esse projeto visa a erradicar essas forças de morte para criar canais que comuniquem vida em plenitude. É isso que Jesus veio revelar com sua vida e sua fala. É isso que deseja criar com a força de sua morte e ressurreição, presentes e atuantes nas comunidades que lhe dão crédito e adesão.