Jesus, a luz do mundo!

    Epifania: Jesus, a luz do mundo! Epifania vem do grego epifanein, “manifestar”, em que celebramos o mistério multiforme, o Cristo Luz do mundo. Jesus se manifesta luminoso ao mundo para que seguindo seu Evangelho a Sua Encarnação no seio de Maria, depois de aparecer aos pastores(Natal, Missa da Aurora), aos reis magos(festa de hoje) e ao ser batizado no Jordão(no próximo domingo) Jesus continua atravessando a história da humanidade sem fazer distinção de raças, línguas, cores e culturas e nos une na vocação de uma única família que caminha sob a luz de sua estrela.

    O tempo de Natal nos apresenta estas três epifanias, diferentes, porém, formando uma unidade: o nascimento de Jesus no dia 25; a manifestação do magos nesta Solenidade da Epifania e o seu Batismo no próximo domingo. No nosso cotidiano a nossa primeira epifania é o inverso: o nosso batismo, em que nós tornamo-nos co-herdeiros e co-participantes da promessa de Cristo Jesus pelo Santo Evangelho(Cf. Ef 3,6). Batizados somos enviados como missionários para darmos testemunho do Senhor, vivendo o Evangelho da Vida e por uma vida santa brilhamos no mundo a santidade e a glória de Deus como nos ensinou a primeira leitura(cf. Is 60,1). Essa graça transborda para todos os que nos rodeiam. Ainda hoje continuamos ouvindo, pela santidade de vida e pela evangelização, a pergunta dos magos: “Onde nasceu o rei dos judeus”(cf. Mt 2,2). A nossa resposta deve ser pronta: “em meu coração e em minha vida”. Por isso a solenidade de hoje é uma Epifania de Jesus – para a a Igreja, par ao mundo, para nós mesmos. Assim, alegres, cantamos: “Vinde todos, adoremos o nosso Salvador!”.

    A liturgia deste domingo leva-nos à manifestação de Jesus como “a luz” que atrai a Si todos os povos da terra. Essa “luz” encarnou na nossa história, a fim de iluminar os caminhos dos homens com uma proposta de salvação/libertação.

    A primeira leitura(cf. Is 60,1-6) anuncia a chegada da luz salvadora de Deus, que alegrará Jerusalém e que atrairá à cidade de Deus povos de todo o mundo.

    No Evangelho(cf. Mt 2,1-12), vemos a concretização dessa promessa: ao encontro de Jesus vêm os “Magos”, atentos aos sinais da chegada do Messias, que O aceitam como “salvação de Deus” e O adoram. A salvação, rejeitada pelos habitantes de Jerusalém, torna-se agora uma oferta universal. O tema da luz domina a solenidade do Natal e da Epifania, que antigamente e ainda hoje no Oriente estavam unidas numa só grande “festa das luzes”. No sugestivo clima da Noite Santa apareceu a luz; nasceu Cristo “luz dos povos”. É ele o “sol que surge do alto (cf. Lc, 1, 78). Sol vindo ao mundo para dissipar as trevas do mal e inundá-lo com o esplendor do amor divino. Escreve o evangelista João: “O Verbo era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, a todo o homem ilumina” (1, 9).

    A segunda leitura(cf. Mt 2,1-12) apresenta o projeto salvador de Deus como uma realidade que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos numa mesma comunidade de irmãos – a comunidade de Jesus.

    São João recorda que “Deus é luz”, sintetizando “a mensagem que recebemos dele (1 Jo 1, 5), isto é de Jesus. No Evangelho, ele lembra de novo a expressão recolhida dos lábios do Mestre: “Eu sou a luz do mundo; quem Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8, 12). O Filho de Deus, Encarnado, manifestou-se como luz. Luz não só para o exterior, na história do mundo, mas também para o interior do homem, na sua história pessoal. Fez-se um de nós dando sentido e valor renovado à nossa existência terrena. Deste modo, no pleno respeito pela liberdade humana, Cristo tornou-se  “lux mundi a luz do mundo”. Luz que brilha nas trevas (Jo 1, 5).

    Nesta solenidade da Epifania o Messias, que em Belém se manifestou a humildes pastores da região, continua a revelar-se luz dos povos de todos os tempos e de todos os lugares. Para os magos, vindos do Oriente para o adorar, a luz do “rei dos Judeus que acaba de nascer” (Mt 2, 2) assume a forma de um astro celeste, muito brilhante, a ponto de atrair o seu olhar e os guiar até Jerusalém. Põe-nos, assim, nas pegadas das antigas profecias messiânicas: “uma estrela sai de Jacob e um ceptro flamejante surge do seio de Israel…” (Nm 24, 17). Acolhendo Jesus, nossa Luz, sejamos como estrelas que o apontem para a humanidade ou levem a humanidade até Ele, para que o conheça e o adore, e o tenha como a Luz de sua vida. O ouro aponta Jesus como o Rei universal; o incenso, como Deus, Mas é Rei e Deus pelo amor e serviço sem reservas nem medidas, até o extremo da morte, lembrada pela mirra!

    Que possamos oferecer não mais ouro, incenso e mirra somente, como nos tempos passados, mas oferecer a nossa vida e sermos no mundo a luz de Cristo que ilumina e santifica o mundo, Amém!

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